Coligação questiona pesquisa eleitoral na Justiça

A coligação do Voto Limpo, do candidato à Prefeitura de Curitiba Rubens Bueno, vai questionar na Justiça a pesquisa Ibope divulgada na última quarta-feira sobre as intenções de voto na capital. “A manipulação dos números é notória, não resiste a um exame superficial”, afirmou o coordenador jurídico da aliança, Luiz Felipe Haj Mussi.

“Se o Rubens ampliou significativamente seu índice de intenção de voto na pesquisa espontânea, que é aquela que indica o voto mais consistente, do eleitor com uma opinião praticamente consolidada, como poderia estar estagnado na pesquisa estimulada?”, indagou. Na sondagem, Bueno, que era o terceiro colocado com 8% das intenções de voto, foi superado pelo candidato do PFL, Osmar Bertoldi, que de 5% na consulta anterior, passou para 9% nesta.

O advogado da coligação lembra que, entre a primeira e a terceira pesquisa, na espontânea, a candidatura de Rubens Bueno praticamente triplicou seus índices, passando de 2% para 5%. Na pesquisa estimulada, no entanto, Rubens mantém, nesta terceira sondagem, os mesmos 8% que lhe foram atribuídos na primeira pesquisa. Além disso, Rubens se mantém como o candidato com a menor taxa de rejeição, com 9%.

Investigação

A disparidade nos resultados das últimas pesquisas realizadas em Cascavel foi denunciada esta semana na Assembléia Legislativa e acabou engrossando a justificativa do deputado Ratinho Jr. (PPS), para requerer a criação de uma Comissão Especial de Investigação para examinar a atuação dos institutos de pesquisa no Estado.

As consultas em Cascavel foram realizadas no mesmo período, uma pelo Ibope e outra pela Alvorada Pesquisas, de Londrina. Na primeira, o candidato Renato Silva (PSDB) lidera e o atual prefeito, Edgar Bueno (PDT), aparece em terceiro lugar. Na da Alvorada, a relação se inverte, com Bueno liderando e Silva em terceiro. O requerimento de Ratinho foi aprovado na última sessão plenária antes do recesso da semana da Pátria.

Revolta

O presidente do PPS de Curitiba, deputado Marcos Isfer, disse que a pesquisa Ibope foi recebida com indignação e revolta na coligação do Voto Limpo. Rubens Bueno lembrou que nas eleições de 2002 o Ibope também prejudicou sua candidatura. No dia da eleição, divulgou pesquisa atribuindo-lhe 5% dos votos. Abertas as urnas, ele teve 15% dos votos em Curitiba e 8% no Paraná: “Reconheço a importância da pesquisa como elemento de análise do andamento da campanha. Mas do jeito que está por aqui, sem o trabalho de um instituto isento como o Datafolha, os candidatos estão reféns da manipulação, que é exercida a partir do poder político e econômico. Quem tiver mais condições, dita os números”, criticou.

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