O primeiro compromisso hoje do governador reeleito do Ceará, Cid Gomes (PSB), foi viajar a Brasília para um encontro com a candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff. Cid quis agradecer pessoalmente o apoio recebido durante a campanha. Ele levou junto o irmão Ciro Gomes (PSB) e os dois senadores eleitos: Eunício Oliveira (PMDB) e José Pimentel (PT).
A ida de Ciro Gomes a Brasília sinaliza que ele deverá ter uma postura mais presente em nível nacional. Durante o primeiro turno, Ciro pediu votos para Dilma apenas no Ceará e, em nenhum momento, dividiu palanque com a petista, mesmo afirmando não ter mais mágoas de como sua candidatura à Presidência da República foi descartada pelo PSB, a pedido do PT.
A comitiva cearense fez questão de prestar solidariedade a Dilma e colocar-se à disposição para trabalhar por ela no segundo turno contra o candidato tucano José Serra. “Eu esperava, eu torcia muito para que a Dilma pudesse ganhar no primeiro turno. Vou hipotecar a ela toda a minha solidariedade. Vou me dedicar até o dia 31 de outubro à sua campanha”, prometeu Cid, ontem à noite, tão logo viu sua reeleição ao governo cearense confirmada oficialmente, com 61,2% dos votos válidos.
“No Ceará, Dilma teve uma votação expressiva. Elegemos os dois senadores. Isso é importante para o projeto de Ceará, para o projeto de Brasil”, apontou Cid. Com a coordenação de campanha da petista, o governador cearense disse que iria planejar as ações para o segundo turno. “Ela teve mais de 60% dos votos no Ceará e nós vamos trabalhar para que no segundo turno tenha mais de 80%”, afirmou.
Cid e Ciro Gomes defendem a tese de uma aproximação do PT com setores tucanos denominados por eles de “novo PSDB”, liderado pelo mineiro Aécio Neves, eleito senador. “Eu tenho defendido que a gente procure estabelecer um diálogo com o PSDB, um pacto. O Brasil precisa de uma reforma tributária, de mudanças na parte previdenciária, de colaboração no combate à pobreza, de tratar do financiamento à saúde e às escolas públicas. Nós podemos propor uma agenda para o partido, onde pode haver um entendimento”, argumentou Cid. O governador cearense também aproveitou para lançar a candidatura de Aécio Neves para a presidência do Senado.