Eleições 2014

Christiane Yared diz que “júri popular foi para as urnas”

A empresária Christiane Yared, 54 anos, do Partido Trabalhista Nacional (PTN), foi a canditada mais votada para deputado federal. Ela foi escolhida por 200.144 eleitores, (3,53% dos votos válidos para o cargo). Christiane acredita que a votação tão expressiva foi um júri popular que foi pras urnas, fazendo referência à morte de seu filho, Gilmar Yared, morto junto com o amigo Carlos Murilo de Almeida, num acidente de trânsito, em maio de 2009. O causador da pancada, o ex-deputado Fernando Ribas Carli Filho, ainda não foi a júri. E as investigações e o processo judicial, diz ela, foi cheia de dúvidas e influência política. “Temos uma sociedade cansada de tanta impunidade. Eu vejo que (a votação recorde) foi uma maneira de clamar do povo”, afirmou.

Depois da morte do filho, Christiane fundou um instituto, que ajuda pessoas envolvidas em acidentes, tanto dando apois às famílias das vítimas, quanto agindo junto aos infratores, para transformá-los em educadores. Na visão dela, o cargo federal irá ajudar a expandir o projeto, que já funciona bem em Curitiba, a todo o País. “A nossa luta não é apenas por Justiça, também não é uma bandeira política, é uma causa social. Nossa luta não é pelos filhos mortos da nação, é pelos filhos vivos. Então, indiferente de eu estar como deputada federal ou não, nossa luta é a mesma, é por vida”, afirmou Christiane.

Ela disse ainda que sua batalha em educação para o trânsito deve ajudar também a desafogar a saúde pública, já que segundo a candidata eleita, de cada 10 leitos ocupados na saúde pública, sete são com vítimas de acidentes. No âmbito do judiciário, Christiane ainda disse que pretende lutar para agilizar os processos de trânsito que se acumulam a cada ano e também para mudar a lei, fechando brechas que permitam que criminosos de trânsito escapem impunes. “Nós precisamos rever essa legislação que tem permitido que o senhor Carli Filho escape”, disparou.

Ela ainda defendeu que a polícia seja mais atuante com fiscalizações. “A blitz não tira só o bêbado do volante. Também tira o bandido, o traficante, evita o sequestro relâmpago. Não é só a bandeira trânsito, são várias outras bandeiras”, analisou a empresária, que diante do instituto que fundou, afirma ter notícia de 200 mortes por dia no trânsito.