Cassio Taniguchi não aprofunda reforma

A reforma do secretariado do prefeito Cassio Taniguchi (PFL) não teve a extensão prevista na manhã de quarta-feira, quando ele anunciou a substituição do jornalista Deonilson Roldo pelo publicitário Sérgio Reis no comando da área de comunicação social. As especulações davam conta de que mais quatro integrantes do primeiro escalão deixariam seus cargos. Destes, só se confirmou a saída de Yara Eisenbach da presidência da Urbs, que apresentou seu pedido de demissão no final da tarde de anteontem.

Em seu lugar, ficará Sérgio Tocchio, que ocupava a Diretoria de Transportes da Urbs e já foi titular da secretaria municipal de Meio Ambiente na gestão de Rafael Greca (PMDB) e no primeiro mandato de Taniguchi na prefeitura. Sua posse, entretanto, não será imediata, como ocorreu com Sérgio Reis, que começou a despachar ontem mesmo. Como se trata de uma autarquia, as alterações devem passar pelo crivo de uma assembléia da diretoria e do conselho administrativo da entidade.

As substituições provocaram interpretações diversas no meio político, que viu nelas o início das definições dos grupos eleitorais que vão se confrontar no dia 3 de outubro na disputa pela sucessão municipal, e a “pefelização” da equipe com o objetivo de reforçar a pré-candidatura do vereador Osmar Bertoldi (PFL). A assessoria de Cassio, entretanto, insiste que as mudanças tiveram caráter meramente administrativo e que não provocaram atritos entre o prefeito e seu vice, Beto Richa, pré-candidato do PSDB e segundo colocado nas pesquisas de intenção de voto na capital. As relações entre ambos, assegura a assessoria, continuam cordiais como sempre foram.

Encerrado

Sempre segundo a assessoria do prefeito, as alterações na equipe se encerram por aqui, salvo no caso de eventuais candidaturas às eleições de outubro. Quem pretender disputar mandato eletivo deverá se desincompatibilizar até abril. Neste caso podem estar os secretários de Abastecimento, Ubirajara Schreiber, e da Educação, Paulo Afonso Schmidt.

Nos bastidores, a decisão de Taniguchi, de trocar dois membros do primeiro escalão, também foi interpretada como tentativa de desviar as atenções do mal-estar causado pelo vai-e-vem na autorização do aumento da tarifa de ônibus de R$ 1,65 para R$ 1,90. O prefeito autorizou o aumento antes de viajar para a Europa. Beto, que o substituiu nesse período, suspendeu a medida.

Os que vêem nos movimentos do prefeito uma tentativa de esvaziar o grupo pró-candidatura de Beto Richa à sua sucessão, argumentam que alguns dos auxiliares que chegaram a ser cogitados de substituição – Nelson Leal Júnior (Obras), Michele Caputo Neto (Saúde), além de Schmidt e Schreiber – são filiados ao PSB, sigla que hoje estaria mais propensa a fechar apoio à candidatura do tucano.

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