Cassio diz que cumpriu boa parte de suas metas

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Taniguchi foi recebido
por Paulo Pimentel.

Em seus últimos dias de mandato, após oito anos à frente da prefeitura municipal de Curitiba, o atual prefeito Cassio Taniguchi (PFL) se diz satisfeito por ter conseguido cumprir grande parte das metas estabelecidas, desde o ano de 1997 (quando assumiu a prefeitura pela primeira vez), para a capital paranaense.

"Cada prefeito que passou por Curitiba procurou contribuir para que a cidade evoluísse. Quando assumi a administração municipal, o fiz desejando trabalhar pela melhoria da qualidade de vida da população", declarou ele ontem, durante entrevista que concedeu a este jornal após visita ao presidente da Copel, Paulo Pimentel .

"Por isso, acho que esses oito anos foram bastante produtivos. Não construímos grande monumentos ou ícones, mas trabalhamos firmemente para atenuar desigualdades sociais, com foco principalmente nas periferias", acrescentou.

Linhão do Emprego

Na área social, Taniguchi aponta o Linhão do Emprego, implantado no ano de 1998 com o objetivo de gerar emprego e renda, como um de seus mais importantes projetos e contribuições para Curitiba. O Linhão engloba dezoito bairros da capital, nos quais foram implantados – ao longo dos últimos sete anos – equipamentos urbanos, centros de múltiplos usos, creches, unidades de saúde, barracões industriais e áreas de lazer.

O prefeito também afirma estar um pouco frustrado por sair do cargo sem conseguir realizar algumas obras estruturantes para a cidade, como o Eixo Metropolitano. O mesmo prevê a implantação de um corredor de transporte coletivo no trecho urbano da BR-476 (antiga BR-116). O corredor estaria integrado à rede de transportes coletivos já existente, ao uso do solo e ao sistema viário.

"O eixo não é importante apenas para Curitiba, mas para toda região metropolitana. Não consegui realizá-lo, mas deixo para o próximo prefeito recursos já assegurados. São US$ 80 milhões, do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), para um investimento de US$ 133 milhões", comenta. "Também deixo pronto um financiamento (ainda a ser formalizado) de US$ 15 milhões para melhorias nas condições de duas áreas de favelas, Pantanal e Bela Vista do Passaúna, e recurso para investimentos (conquistados na última quarta-feira, em Brasília) na Terra Santa."

Sucessor

Em relação a seu sucessor, Beto Richa (PSDB), que por quatro anos foi seu companheiro de governo ocupando o cargo de vice-prefeito, Taniguchi espera continuidade de projetos já iniciados – como o Linhão do Turismo – e inovações. No que diz respeito às recentes polêmicas em relação ao contrato do lixo e ao pagamento do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano), o atual prefeito deseja que o novo acerte em suas decisões.

"Não vejo objeção alguma ao contrato do lixo. Até porque explicamos a Beto Richa que é necessário dar continuidade a um processo licitatório para evitar que não tenhamos onde colocar o lixo no ano que vem. É claro que se tem também a necessidade de reativar o consórcio metropolitano, que está bloqueado na Justiça há mais de um ano e do qual quatorze municípios fazem parte", afirma. "Quanto ao IPTU, é uma decisão dele (do novo prefeito) estender ou não o prazo (para pagamento com desconto)."

Taniguchi revela que a última campanha eleitoral gerou desentendimentos de ordem política com o novo prefeito, mas não de ordem pessoal, não deixando seqüelas. Ele acredita que seu afastamento de Beto Richa não é definitivo e explica que o mesmo foi gerado por divergências políticas e não administrativas. "O afastamento não é definitivo. Até porque há uma tendência a nível nacional para que PSDB, PFL e outros partidos de oposição caminhem juntos." O atual prefeito também enfatizou que mantém um bom relacionamento com os irmãos Osmar eAlvaro Dias (o qual apoiou a candidatura em 2002), assim como com o ex-governador Jaime Lerner.

Futuro político

Questionado sobre seu futuro político, Taniguchi explica que não tem planos de deixar o PFL, mas esclarece que seus próximos passos vão depender das coligações e de acertos entre os partidos. Sobre uma possível candidatura ao governo do Estado em 2006, ele diz que esta é apenas uma hipótese e que não há nada definido. "Ainda é um pouco cedo. Precisamos esperar para ver como as alianças vão se formar", finaliza.

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