Eleição

Candidatos ao Senado evitam ataques em debate

Os quatro principais candidatos ao Senado pegaram leve ontem à noite no primeiro debate da campanha eleitoral. A fórmula adotada pela Universidade Positivo, priorizando as perguntas da plateia, impossibilitou os ataques, as pegadinhas e grandes discussões.

Na única fase do debate em que poderiam fazer perguntas a seus adversários, Roberto Requião (PMDB), Gleisi Hoffmann (PT), Ricardo Barros (PP) e Gustavo Fruet (PSDB) preferiram perguntas aos colegas de chapa: Requião para Gleisi, Gustavo para Barros e vice-versa. O debate foi marcado pela defesa dos candidatos às chapas, à vinculação a seus candidatos a governador e a presidente.

Requião usou grande parte do tempo para defender sua tese de “Brasil Nação” sobre o “Brasil Mercado”. Comparou os governos Lula e FHC e disse que sua chapa, ao lado de Gleisi e de Osmar Dias (PDT) “tem o apoio de quase todo o setor agrícola e das cinco centrais sindicais. Porque estamos ao lado do trabalhador e não dos empresários”.

Ele voltou a criticar a política econômica de Lula. “Sou admirador do Lula e de suas políticas sociais, mas, no Senado, vou querer mais. Um Banco Central independente do mercado”.

Questionado pela plateia sobre o uso político da TV Educativa, Requião disse que “a TV foi utilizada para informar as ações do governo. O governador tem direito de conversar com a população”.

Em sua pergunta para Gleisi, Requião levantou a bola para a petista falar da proposta de educação integral, defendida pela chapa de ambos. Gleisi retribuiu destacando os investimentos federais em educação e, também, os resultados do ensino público no Paraná.

Gleisi defendeu as políticas públicas do governo Lula e disse que quer ser senadora para defender esses programas. “Senado não é espaço para oposição, é para mediação e construção de propostas”, disse. E defendeu a reforma política, “nem que para isso precise convocar uma constituinte”.

Barros disse que quer do paranaense a mesma confiança que tem do maringaense, onde sua família tem destaque político há 50 anos. Ele lembrou sua atuação na Câmara Federal, “sempre como um dos 100 mais influentes” e disse ser especialista em conquistar recursos federais.

“Maringá é o município que mais atraiu recursos per capita no Brasil. O Paraná está fraco nisso e essa capacidade que tenho que quero utilizar no Senado”. Para a plateia, Barros disse que é a favor do Ficha Limpa e disse que, depois de ser líder dos governos FHC e Lula, espera que o PP seja convidado a compor com o novo presidente, independente de quem vença a eleição. “Pois o presidente precisará da governabilidade”.

Fruet disse que aceitou a convocação para disputar o Senado por sentir um momento favorável para mudança e por querer defender a imagem do Congresso Nacional.

“O grande embate político se dará no Senado. Hoje o Congresso está numa agenda policial. Precisamos trabalhar sua institucionalidade, desvincular do Executivo, dos excessos de Medidas Provisórias e dos vetos, pois o Congresso está deixando de ser formulador”, disse.

Fruet criticou o “baixa ou acaba” de Requião sobre o pedágio, mas também criticou o ex-governador Jaime Lerner, “que reduziu o pedágio durante a eleição para reajustá-lo depois”. Ele disse que lutará por mais prestígio ao Paraná, “que contribui muito para a União, mas não é contemplado da mesma forma”.