Campanha eleitoral reduz ritmo na Câmara de Curitiba

Dos 35 vereadores que atuam na Câmara de Curitiba, dezessete são candidatos nas eleições de 6 de outubro. Dos dezoito restantes, todos estão fazendo campanha para algum candidato, seja ao Senado ou ao governo do Paraná. Como resultado, tem sido comum a falta de quórum nas sessões, que só acontecem às segundas, terças e quartas-feiras.

Na semana passada das três sessões, duas não foram realizadas. Nesta semana, na terça-feira também não houve sessão. Para o presidente em exercício, vereador Mauro Moraes (PSC), é natural, com a proximidade das eleições, uma dedicação maior à campanha. Mas para ele isso não justifica a falta de quorum. “A campanha influencia um pouco porque todos estão envolvidos, mesmo os que não são candidatos. Mas se não dá para fazer bem as duas coisas, é melhor se licenciar”, diz.

Moraes fica na presidência até o dia 5 de setembro, em substituição ao presidente João Cláudio Derosso (PSDB). Derosso está como prefeito em exercício, no lugar do prefeito Cássio Taniguchi (PFL), que está em viagem a Johannesburgo, África do Sul, participando da conferência Rio + 10.

Embora os vereadores não sejam obrigados a se afastarem do cargo, muitos acabam se licenciando por um período máximo de 120 dias, previsto no Regimento Interno da Câmara, para poder fazer viagens e conquistar novos eleitores. Atualmente, estão em licença Fábio Camargo (PSC), substituído por Nely Almeida (PSC); e Natálio Stica (PT), substituído por Ricardo Gomyde (PCdoB). Além disso Alexandre Curi (PMDB) e Osmar Bertoldi (PSDB) também se afastaram do cargo, mas seus suplentes não assumiram, já que a licença solicitada foi inferior a 120 dias.

O primeiro a se afastar foi Jorge Samek (PT), em fevereiro, quando assumiu o primeiro suplente, Ricardo Gomyde. Samek retornou e Gomyde assumiu no lugar de Stica. O segundo a pedir afastamento, em maio, foi Fábio Camargo. Os demais se afastaram em julho. Candidatos

Os vereadores candidatos a uma vaga na Assembléia Legislativa são Elias Vidal, Mauro Moraes e Fábio Camargo (ambos do PSC); Tadeu Veneri e Natálio Stica (do PT); Arlete Caramês (PPS); Ailton Araújo (PSDB); e Alexandre Curi (PMDB).

Os candidatos a deputado federal são cinco: Jorge Samek e Clair da Flora Martins (ambos do PT); Ney Leprevost e Rui Hara (os dois do PSDB); e José Aparecido Alves, o Jotapê (PSB).

Além disso três vereadores são candidatos como segundo suplente ao Senado. Paulo Salamuni, de Paulo Pimentel (PMDB); Jorge Bernardi, de Osmar Dias (PDT) e Reinhold Stephanes Júnior, de Luciano Pizzatto (PSDB). E a suplente de vereadora, Nely Almeida (PSC), é candidata ao Senado.

Projetos importantes, só em outubro

Fabiane Prohmann

Os vereadores candidatos vêem a possibilidade de licença como uma forma de não prejudicar os trabalhos da Câmara Municipal. Mesmo assim eles concordam que algumas discussões são deixadas para depois de outubro. Segundo o Regimento Interno, o vereador que se afastar por um período de dois meses não será substituído. Já que o que se licenciar por quatro meses (período máximo permitido), será representado por seu suplente. Os vereadores que forem eleitos poderão voltar à Câmara até janeiro, quando então deverão assumir seus novos cargos.

O vereador Ney Leprevost (PSDB), candidato a deputado federal, deverá se afastar na próxima semana. No entanto ele ainda não decidiu por quanto tempo. “Primeiro vou conversar com o presidente da Casa (João Cláudio Derosso – PSDB), para resolver se vou me licenciar por sessenta ou 120 dias”, diz. No último caso, assume seu suplente, José Roberto Sandoval (PSC).

Leprevost diz que na última semana os trabalhos na Câmara ficaram um pouco prejudicados, porque Derosso teve que assumir a Prefeitura. “Mesmo assim não diria que os trabalhos estão parados, as sessões têm acontecido. Alguns projetos importantes continuam sendo apresentados, mas o tempo de discussão está ficando mais enxuto”, opina. “Os debates é que não acontecem, já que eles estão sendo guardados para onde tem público, e não dentro da Câmara. Mas as votações estão acontecendo normalmente”, afirma o vereador.

Licenciado por 120 dias, o vereador Fábio Camargo (PSC), candidato a deputado estadual, conta que tomou esta decisão para poder dar oportunidade de sua suplente, Nely Almeida, assumir. “Há algum tempo eu tenho um compromisso firmado com a Nely de que eu iria abrir mão por 120 dias do cargo de vereador para que ela pudesse dar continuidade aos trabalhos”, explica Camargo. Ele afirma que ficou tranqüilo em deixar seu lugar para a ex-vereadora. “Ela foi a primeira suplente mais bem votada, com 8.500 votos. Acredito que um partido se faz com um grupo, e acho justo que haja esta reciprocidade entre seus pares”, defende.

Durante o tempo de licença, Camargo está se dedicando exclusivamente à campanha. “É justamente para não abandonar ou prejudicar o trabalho na Câmara que me afastei, para poder me dedicar 100% à campanha”, diz.

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