Câmara decide cassar o mandato de Chimelli

Por decisão unânime da Câmara Municipal, o prefeito de Rio Branco do Sul, Bento Chimelli, teve seu mandato cassado na tarde de ontem. Desde dezembro do ano passado os vereadores investigavam o prefeito, que está foragido há quase quatro meses. A votação foi tranqüila, e acompanhada por um pequeno número de moradores. Ao final, os nove vereadores comemoraram o resultado. “Era isso que a população queria, o fim de uma administração truculenta e baseada na ilegalidade”, afirmou Sadi Rudi Ribas (PSB), relator da comissão de investigação. Com este resultado a vice-prefeita, Joana Faria Elias (PSC), assume o cargo.

No início da sessão o advogado de Chimelli, Eduardo Duarte Ferreira entregou à mesa uma petição solicitando o adiamento da votação. “Ele alegou que o prefeito não teria sido intimado durante as investigações, mas nós temos todos os documentos comprovando o contrário”, disse. Como a Câmara não aceitou o pedido, o advogado foi embora. Sem defesa, os vereadores nomearam como advogado Lourdes Maria Socolowski. “O decreto lei prevê que na ausência do advogado inscrito no processo um outro advogado seja nomeado, e foi o que fizemos”, explicou.

A primeira denúncia contra Chimelli foi feita em 19 de dezembro de 2002, na Câmara Municipal. No dia 23 ela foi colocada em deliberação, e desde então os fatos vêm sendo apurados. Foragido desde então, o ex-prefeito tem dois mandados de prisão. “Ele é acusado de assassinar João Coró, diretor de uma empresa, e por porte ilegal de armas”, disse Ribas.

Problemas

No final de 2002 começaram os problemas na administração municipal de Rio Branco do Sul. Bento Chimelli foi eleito pelo PSC em 2000, mas no final do ano passado os vereadores aprovaram a extinção do seu mandato. Em seu lugar assumiu a vice, Joana Faria Elias (PSC). Em janeiro deste ano os vereadores aprovaram seu afastamento, e em seu lugar assumiu o presidente da Câmara, vereador Elias Maltaca (PFL), por um período de sessenta dias. “Havia uma denúncia contra a prefeita. Mesmo com a cassação do Chimelli ele ainda estava mandando, com o apoio da Joana. Toda a equipe dele continuava exercendo a mesma função. Além disso havia a prática do nepotismo, já que ela colocou mais de dez pessoas da família em cargos de confiança”, contou Sadi Ribas. “Ela assume o cargo mas as investigações continuam”, garantiu o vereador.

Foragido

O ex-prefeito de Rio Branco do Sul, Bento Chimelli está foragido há cerca de 95 dias. Ele é acusado de ter desviado R$ 1 milhão da Prefeitura, segundo denúncia foi feita pelo vereador Sadi Ribas. Em 13 de dezembro do ano passado ele teve a prisão decretada pelo juiz Miguel Kfouri Neto, do Tribunal de Justiça.

Chimelli é acusado de envolvimento em um esquema de desmanche de carros, além de posse de armas de uso restrito da polícia e de improbidade administrativa. Em dezembro a Polícia Militar apreendeu nove veículos com os números dos chassis adulterados no pátio da empresa de Chimelli e na oficina da Prefeitura. Também foram encontradas peças de carros, equipamento para adulteração de chassis, armas e munição.

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