Câmara decide cassação de prefeito dal Santos

A Câmara Municipal de Prudentópolis começou a votar a cassação do prefeito Nelson Dal Santos (PL) às 16h30 de ontem, com a leitura integral do processo contendo 2.252 páginas. Até o fechamento desta edição, os 13 vereadores ainda ouviam a leitura dos autos. Na seqüencia, cada um deles disporia de 15 minutos para se manifestar. A defesa do prefeito, de duas horas. Só então começaria o processo de votação.

Como o defensor do prefeito não compareceu, foram nomeados dois defensores dativos para representá-lo, Carla Eliza dos Santos e Fabrício Dracena. Depois de quatro CPIs instaladas para apurar as denúncias de irregularidades na administração municipal, os vereadores concluiram que eram procedentes. Dal Santos é acusado de favorecer parentes em processos licitatórios e superfaturar os preços dos produtos vendidos por sua empresa ao município.

As acusações foram divididas em cinco ítens, votados separadamente. Na véspera, a Justiça de Prudentópolis negou liminar em que o prefeito, internado na Santa Casa de Ponta Grossa para tratamento de saúde, tentava obter o adiamento da sessão em que seria votado o seu afastamento do cargo.

Se a Câmara decidir pela cassação, na mesma sessão dá posse ao vice-prefeito, o ex-deputado Gilberto Agibert Filho.

Maurício Campulin, da assessoria de Dal Santos, explicou que a Prefeitura recorreu à Justiça porque não pôde se defender das acusações. “Os vereadores cometeram várias arbitrariedades, não ouviram ninguém e falaram o que quiseram do prefeito”, disse. Informou ainda que Dal Santos assinou a intimação para a sessão na segunda-feira, quando a reunião para votar a cassação já estava marcada. Ontem, segundo Campulin, o prefeito buscou apoio de aliados contra o pedido de impeachment.

As CPIs da Câmara vêm investigando o prefeito há três meses e constataram que das 22 licitações realizadas pela Prefeitura entre março e agosto do ano passado, 10 foram vencidas por pessoas ligadas ao prefeito.

Voltar ao topo