O governador Beto Richa realizou nesta segunda-feira (5) uma reunião com todo o secretariado para fazer um balanço das ações no primeiro ano de sua gestão. Um dos resultados obtidos foi a redução de 19,46% dos gastos das secretarias, em média. A meta estabelecida pelo governador era de 15%. Ele considerou que o governo fez um bom trabalho em 2011, mas que haverá desafios para 2012, quando os secretários de Estado serão ainda mais cobrados.
“A avaliação é positiva. Os resultados apareceram em todas as áreas da administração. Só volto a insistir de que todo o primeiro ano de uma gestão nunca é fácil. Tem que colocar a casa em ordem, os secretários todos têm que tomar pé da situação. Ainda mais na situação que nós pegamos o Estado: uma reduzida capacidade de investimento, finanças do Paraná combalidas”, comentou o governador.
Ele ressaltou que a afirmação não é “conversa de sucessor”. Richa citou uma entrevista de Heron Arzua, no início do ano passado, na qual o ex-secretário de Estado da Fazenda teria dito que o governo estaria com dificuldades financeiras e com a capacidade de investimento reduzida. “Hoje, o secretário de Administração (Luiz Eduardo Sebastiani) me passou que os secretários, em média, superaram as metas que eu estabeleci: 19,46%. Só neste quesito proporcionou uma economia de mais de R$ 70 milhões. Evidente que os resultados são bons, que os avanços são consideráveis”, analisou.
Beto Richa ressaltou que reconhece os avanços e o empenho dos secretários, mas já adiantou que vai cobrar avanços ainda maiores. “Para o ano que vem, as cobranças serão maiores. Temos os contratos de gestão. Serei mais rigoroso na cobrança destas metas. Sou cobrado na rua e me cabe cobrar dos secretários para fazer o máximo que possa avançar”, contou.
Uma das áreas que o governador destacou foi a Segurança Pública. De acordo com ele, houve diminuição na taxa de homicídios em 10% em todo o Estado. Em Curitiba, a queda chegou a 33%. “A taxa de homícidios que herdamos foi de 32 para cada 100 mil habitantes, enquanto em São Paulo é de 9,7. Não tem milagre que mude esta situação drástica da noite para o dia”, ressaltou Richa, que enfatizou a contratação de mais de 2 mil policiais militares e civis para acabar com outro dado negativo do Paraná: o pior efetivo per capita de policiais do País. Ele ainda declarou que ficou envergonhado quando o Departamento Penitenciário Nacional (Depen) mostrou, há duas semanas, que mais de 16 mil dos 52 mil presos indevidamente custodiados em delegacias estão no Paraná.
Durante a sua apresentação na reunião, o secretário de Estado da Segurança Pública, Reinaldo de Almeida Cesar, disse que, em média, a espera pelo atendimento no telefone 190 é de 11 minutos e que a viatura chega no local uma hora e meia depois do registro da ocorrência. “Uma preocupação enorme é com a qualidade da prestação de serviço da segurança pública ao cidadão. E a porta de entrada é o sistema 190 e este serviço no Paraná precisa ser repaginado. Hoje temos o triste quadro de receber uma chamada em um tempo médio de espera de 11 minutos e a chegada da viatura no local da ocorrência em uma hora e meia. Isto está errado, tem que acabar. Vamos fazer investimento pesado. Vamos descentralizar o 190, que terá várias unidades em cidades-polo do Estado, otimizando o trabalho policial”, apontou.