Beto Richa almoça com peemedebistas

Peemedebistas e tucanos trocaram impressões político-eleitorais e gentilezas ontem, 18, durante um almoço entre os deputados Alexandre Curi, Luiz Claudio Romanelli e Dobrandino da Silva, o prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), o vice-prefeito, Luciano Ducci (PSB) e o presidente estadual do PSDB, Valdir Rossoni, na Assembleia Legislativa.

Os três peemedebistas foram alguns dos convidados para a mesa do prefeito, montada na sala de refeições da presidência da Assembléia Legislativa com a participação de deputados do PSDB, PDT, PP e DEM.

A presença dos peemedebistas no almoço deu margem a especulações sobre a possibilidade de ser mais amplo o grupo que vê com simpatia a costura de uma aliança com o PSDB para as eleições de 2010.

Até agora, o deputado estadual Mauro Moraes é o único a admitir, publicamente, que prefere uma composição com o PSDB à indicação de candidatura do vice-governador Orlando Pessuti, além do ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, que tem preferência pela candidatura do senador Osmar Dias (PDT).

Fábio Alexandre
Traiano: Beto é o nome.

Romanelli, líder do governo e vice-presidente estadual do PMDB, chamou a atenção ao se dirigir ao prefeito de Curitiba como “governador”. O peemedebista disse que já trata Beto dessa forma há muito tempo e não vê nenhuma manifestação de infidelidade à candidatura de Pessuti ou ao partido “numa pequena reverência” ao prefeito. “Não é de hoje que eu o chamo de governador. É apenas um vaticínio de que, algum dia, ele será governador”, justificou.

Para Romanelli, o contato amistoso com o tucano somente é visto como um fato eleitoral porque escapa às relações tradicionais da política paranaense. “A política em nosso estado sempre foi rude, agressiva e conflitante. Não estamos acostumados com o convívio harmonioso. Mas o Pessuti consegue conversar com o Beto, o Alvaro (senador Alvaro Dias), o senador Osmar Dias muito bem. Os quatro candidatos têm relações pessoais de muitos anos”, argumentou.

Sem disfarces

Ciciro Back
Beto: saindo da toca.

“O encontro serviu para uma aproximação com os parlamentares”, definiu o líder da bancada do PSDB, Ademar Traiano, sem disfarçar o interesse do partido em lançar o prefeito para a disputa ao governo. “Pela posição que ocupa, pelo resultado da eleição do ano passado, não tem como esconder que o Beto é um nome para o governo. Se eu disser que ninguém o chamou de governador, eu estaria mentindo”, disse o tucano, sem se referir a Romanelli.

Já Rossoni comentou que não há um significado eleitoral imediato no encontro. “Isso é uma forma civilizada de se fazer política. Outro dia, o vice-governador veio almoçar aqui e nós estivemos com ele”, comentou Rossoni.

O líder da bancada do PDT, deputado Luiz Carlos Martins, disse que aceitou o convite porque o prefeito de Curitiba é seu amigo. “Nós vivemos numa República. São relações republicanas”, desconversou.