Beto e Vanhoni defendem entrosamento

O vice-prefeito e candidato do PSDB à prefeitura de Curitiba, Beto Richa, decidiu rememorar as boas ligações do passado do governador Roberto Requião (PMDB) com o seu pai, o ex-governador José Richa, morto em 2003, para tentar neutralizar o discurso do seu principal concorrente, o deputado estadual Angelo Vanhoni (PT). O deputado petista vem reforçando em seus discursos a vantagem que a cidade leva quando há um perfeito entrosamento entre o prefeito e o governador do Estado.

“O prefeito Richa (se eleito) quer ter um tratamento do governador Roberto Requião pelo menos um pouco parecido com o tratamento que o prefeito Roberto Requião teve do governador José Richa”, comparou o candidato tucano. Beto tentou puxar pela memória político-afetiva de Requião, que foi eleito prefeito de Curitiba em 85 com o apoio do Richa, que comandava o governo do Estado. A parceria administrativa durou até 86, quando o sucessor de Richa foi o atual senador Álvaro Dias (PDT).

A época, Richa estava no PMDB e seu empenho na campanha de Requião é apontado como um dos principais fatores da vitória do atual governador sobre o já então arquiinimigo Jaime Lerner, que era filiado ao PDT. A derrota foi por cerca de dezenove mil votos.

Richa e Requião se desentenderam na campanha de 92, quando os dois disputaram o governo. Richa estava no PSDB, que havia surgido como uma dissidência do PMDB. Os ataques na campanha deixaram seqüelas. Requião eliminou Richa, que começou a disputa como favorito, e passou para o segundo turno. Derrotou o ex-deputado federal José Carlos Martinez, morto no ano passado. O relacionamento com Richa não foi retomado e os dois continuaram em grupos políticos adversários.

Para Beto, que nunca foi aliado de Requião, a antiga amizade do pai com o governador pode fazer diferença agora. “Nós temos divergências, mas nos respeitamos. Não acho que teria dificuldades de relacionamento com o governador para administrar”, afirmou.

Protesto

A integração entre as administrações estadual e municipal, mostrado como ponto forte da campanha petista, tem começado a incomodar os adversários de Vanhoni. Rubens Bueno (PPS) já protestou quando soube que o governador havia dito num comício do petista que o eleitor tinha a opção de “somar ou dividir”. Bueno acusou o governador de “fazer chantagem eleitoral”.

Recentemente, os concorrentes se irritaram novamente quando o governador disse que com a eleição de Vanhoni seria possível fazer a integração entre as polícias Civil e Militar e a Guarda Municipal. “Esta também é uma proposta minha e uma necessidade”, reagiu Beto Richa.

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