O candidato ao governo, Beto Richa (PSDB), disse ontem, em Londrina, que os pedidos para suspender a divulgação dos resultados das pesquisas de intenções de votos foram provocados pela antecipação de resultados pela coligação adversária do candidato do PDT, senador Osmar Dias.
“Partidários do senador estavam previamente anunciando resultado de pesquisas que ainda estavam em campo. Isto não cheirou bem para nós. A Justiça também entendeu desta forma”, disse o candidato, durante entrevista coletiva concedida em Londrina.
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| Beto Richa e Barros em Londrina. |
Beto ironizou a versão da campanha pedetista, que viu nas investidas judiciais contra as pesquisas uma manifestação de temor dos números que apareceriam. “O senador está dizendo que foi porque ele está bem na frente. Isto é muito pretensioso”, atacou o ex-prefeito de Curitiba.
A campanha de Osmar foi acusada por Beto de propagar números antes de as entrevistas dos institutos terem sido concluídas. De acordo com o candidato tucano, os pesquisadores ainda estavam em campo quando a campanha de Osmar passou a anunciar a “virada” eleitoral.
“Isso não nos cheirou bem”, afirmou Beto. Ele acusou o ex-governador Roberto Requião (PMDB) de “vazar” resultados fictícios sobre a disputa. “Tem partidários do Senado anunciando resultados”, afirmou o tucano.
Para Beto, as decisões judiciais suspendendo a pesquisa foram tomadas com base no que chamou de “dados concretos” fornecidos por sua assessoria jurídica. O candidato afirmou que está no interior do Estado, desde anteontem, e que seus advogados estão autorizados a tomar as medidas necessárias. “Fui comunicado por telefone pelos advogados. Eles têm procuração para tomar qualquer medida”, disse.
Sem amizades
Beto respondeu às declarações feitas anteontem à noite, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), durante comício realizado no bairro Sitio Cercado em Curitiba, quando disse que o tucano conseguiu administrar Curitiba com a ajuda do governo federal.
Beto disse que recebeu recursos porque apresentou projetos. Lula afirmou que o ex-prefeito de Curitiba jamais teria feito tantas obras, como diz ter realizado na cidade, se o presidente da República fosse o ex-presidente tucano, Fernando Henrique Cardoso.
“Meu governo foi competente, ágil, não tive o presidente batendo em minha porta e oferecendo recurso”, retrucou o tucano. Ele acrescentou que amizades não trazem recursos, numa referência indireta ao discurso do adversário, que tem destacado sua parceria política com o governo federal.
Beto comparou o fluxo de recursos da sua administração com a gestão de Requião no governo do estado. “Não adianta ser amigo. Tem que ter projeto, se habilitar para o recurso. Requião conseguiu menos que eu”, disparou.