Bernardo sugere diálogo com o PDT para 2006

O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, acha que o PT do Paraná pode incluir o PDT e o PPS entre seus interlocutores eleitorais para a sucessão estadual do próximo ano. Bernardo disse ontem em Curitiba, onde participou de um seminário da corrente Unidade na Luta, no Hotel Caravelle, que se o projeto estadual está subordinado à reeleição do presidente Luis Inácio Lula da Silva, o PT tem que escolher a melhor aliança no Paraná para ajudar Lula a se reeleger.

Bernardo disse que poderá ser chamado de "pelego" pela ala mais radical do partido, mas não vê problemas em conversar com o senador Osmar Dias, o pré-candidato do PDT ao governo. E isso, segundo o ministro, não significa excluir o PMDB, o aliado primeiro do PT do Paraná. "Já disse antes que não há uma obrigação, a priori, de os dois partidos estarem juntos. Hoje, nós temos uma aliança com o PMDB. Mas nós podemos conversar com o PDT também, que sempre foi nosso aliado em vários estados, desde 89. A questão é que o PT precisa ter um palanque forte para o Lula no Estado. E a nossa discussão nesse momento é se temos candidato próprio ou se teremos aliança e nesse caso, qual seria a melhor para ajudar o Lula e o nosso projeto no estado", afirmou o ministro, reconhecendo que há "rusgas" também com o PDT.

Para Bernardo, em qualquer hipótese de aliança, o pressuposto básico é que o PT do Paraná deve estar junto com quem defende o governo Lula. Como esse não é o caso nem do governador Roberto Requião (PMDB), que vez por outra ataca a política econômica, nem do senador Osmar Dias, que está aliado aos tucanos, os principais adversários do PT, o ministro afirmou que esse pacto tem que ser feito, ou seja, antes de um acordo eleitoral, há que se eliminar os pontos de constrangimento, com um compromisso de apoio a Lula. "O fato é que nós não podemos colocar o PT a reboque de forças que atacam o governo Lula", afirmou.

Sonho

Bernardo definiu como "institucional" o encontro que manteve com Requião na semana passada e confirmou que o tema eleitoral não entrou na pauta do encontro. "Tivemos uma conversa agradável do ponto de vista da colaboração entre os governos estadual e federal. Não conversamos sobre eleição e partido porque nem seria adequado", afirmou o ministro, defendendo que este tipo de diálogo seja feito entre as direções partidárias.

A candidatura própria do PT ao governo é defendida pela maioria dos petistas, citou Bernardo. "É a minha posição também. Mas temos que conversar porque não queremos sair sozinhos e o projeto nacional se sobrepõe ao projeto estadual", comentou o ministro, citando que a manutenção ou não da verticalização das coligações será um fator importante nestas definições.

Se a opção for por uma aliança com o PMDB, Bernardo acha que o partido não pode deixar de lado uma avaliação do que ocorreu na eleição municipal do ano passado, em Curitiba, quando os dois partidos se juntaram. "Curitiba deve nos deixar alertas porque os dois partidos não atuaram juntos e harmonicamente na eleição", comentou.

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