A primeira audiência internacional em videoconferência de uma ação penal brasileira acontece no dia 28 de junho, em um link formado pela 2.ª Vara Federal Criminal de Curitiba (especializada em lavagem de dinheiro) e a sede da Procuradoria dos Estados Unidos em Newark (Nova Jersey). Em Newark, a partir das 11h (horário de Brasília) a portuguesa naturalizada americana Maria Carolina Nolasco será ouvida sobre denúncia de lavagem de dinheiro feita pela força-tarefa CC5 do Ministério Público Federal contra Antônio Pires de Almeida e outros quatro réus. A videoconferência foi pedida pelo MPF e deferida pelo juiz federal Gueverson Farias, que presidirá a instrução.
Com essa audiência virtual, a força-tarefa espera firmar um precedente para casos futuros, tornando mais ágil e barata a coleta de provas criminais em outros países, dispensando as tradicionais cartas rogatórias. O Tribunal Regional Federal da 4.ª Região tem um provimento que permite a realização de interrogatórios por videoconferência.
O caso
Antônio Pires de Almeida, Paulo Jacintho Sposito, Paulo Pires de Almeida, Roseli Ciolfi e Regina Roriko Inoue, são acusados de movimentar mais de US$ 1,8 bilhão nos Estados Unidos, nos bancos European American Bank (EAB), MTB Bank e Merchants Bank. Neste último, as contas de Pires eram gerenciadas por Maria Carolina Nolasco.
O esquema foi descoberto pela DEA (Drug Enforcement Administration) em 1999, quando foram bloqueadas as contas Venus e Tadeland (com saldo de mais de US$ 8,2 milhões).