Assembléia instala a CPI dos Grampos

Proposta em plena campanha eleitoral, a Comissão Parlamentar de Inquérito grampos telefônicos será instalada hoje na Assembléia Legislativa. Mas não do jeito que a bancada de oposição pretendia. O líder da oposição, deputado Valdir Rossoni (PSDB), defendeu que a CPI investigasse supostas conexões entre o policial civil Délcio Razera, preso sob acusação de montar um esquema de escuta clandestina, e o Palácio Iguaçu. Mas a bancada governista protocolou antes um pedido para que a linha de investigação da CPI fosse retroativa ao governo Jaime Lerner (PSB).

No final, a proposta da oposição foi anexada ao requerimento do PMDB e as apurações serão dirigidas aos dois períodos de governo. O presidente da Assembléia Legislativa, Hermas Brandão (PSDB), disse que o requerimento da oposição foi protocolado antes e que não seria sensato criar duas CPIs distintas sobre o mesmo tema.

Rossoni disse que aguarda a reunião de hoje para saber como serão conduzidos os trabalhos. Ele se recusou a ser indicado para a CPI. Na composição da CPI, anunciada ontem, a presença governista é mais forte. Dos sete deputados indicados, cinco integram a base de sustentação do Palácio Iguaçu: Antônio Anibelli (PMDB), Natálio Stica (PT), Milton Puppio (PSDB), Duílio Genari (PP) e Jocelito Canto (PTB).

Manobra

Enquanto Rossoni colhia assinaturas para a sua CPI em setembro, o deputado Nereu Moura (PMDB) foi mais rápido e apresentou o seu requerimento ampliando o raio de investigações da CPI para o governo Lerner, quando, então na oposição, o PMDB denunciou a instalação de um sistema de escuta clandestina instalado no Palácio Iguaçu. Para Rossoni, a apresentação da proposta de CPI por Moura foi uma manobra do governo para ?embaralhar o jogo?.

A CPI pode começar agora, mas certamente não termina seus trabalhos este ano. Em 15 de dezembro, a Assembléia Legislativa entra em recesso. A CPI poderá continuar na próxima legislatura.

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