Anchieta toma posse e não fala sobre acusações em RR

Com uma hora de atraso, o governador de Roraima, José de Anchieta Júnior (PSDB), foi empossado para o segundo mandato na Assembleia Legislativa do Estado, às 9 horas. Após fazer o juramento e assinar o livro, ele seguiu para o Aeroporto Internacional de Boa Vista, onde embarcou para Brasília, no jatinho do governo, para assistir à posse da presidente Dilma Rousseff (PT).

O tucano assume o cargo envolvido em escândalos de suposta compra de votos nas eleições de outubro. Sua mulher, Shéridan, e o procurador-Geral do Estado, Francisco das Chagas Batista, foram gravados tentando aliciar eleitores. Anchieta Júnior responde a sete pedidos de cassação protocolados na Justiça Eleitoral pelo seu adversário nas urnas, Neudo Campos (PP), e pela Procuradoria Regional Eleitoral.

No discurso, Anchieta evitou o assunto da compra de votos. Ele acredita, no entanto, que vai ser inocentado das acusações e cumprir os quatro anos do mandato, por entender que sua eleição – a mais disputada do país, com apenas 1.700 votos de diferença – foi “lícita”.

O governador enfatizou a união para uma gestão sólida, deixando de lado as questões partidárias. “Nossa aliança é com o povo de Roraima, um estado em construção. Queremos rodovias de boa qualidade, energia confiável, educação de alto nível, saúde pública à altura das necessidades da nossa gente, promoção humana e assistência social aos menos favorecidos”, disse, ao anunciar que também priorizará a geração de empregos.

O novo governo começa igual ao que terminou. Anchieta não fez nenhuma alteração no secretariado, embora tenha prometido cargos a aliados de última hora durante a campanha. A decisão, segundo ele, foi em reconhecimento ao empenho dos auxiliares para garantir sua reeleição. A maioria dos secretários doou dinheiro para a campanha e foi às ruas pedir votos. “A minha proposta não é mudança de pessoas, mas de atitudes”, disse. Somente quem não se enquadrar no modelo de gestão baseado em metas será substituído.

Embora esteja no bloco de oposição, o tucano espera parceria da presidente Dilma Rousseff (PT) para governar Roraima, que tem a menor participação no Produto Interno Bruto (PIB) do país. A geração de energia para o Estado, hoje abastecido pela Venezuela, e mudanças na legislação ambiental para a Amazônia são as principais reivindicações no âmbito federal.

O engenheiro Anchieta Júnior nasceu em 1965, em Jaguaribe (CE). Mudou-se para Roraima em 1991. Foi eleito vice-governador pelo PSDB em 2006 na chapa encabeçada pelo brigadeiro Ottomar de Sousa Pinto, falecido em 11 de dezembro de 2007.