Álvaro leva a melhor e desfila com Ciro Gomes

O senador Alvaro Dias (PDT), candidato da Frente Trabalhista ao governo do Estado, venceu a queda de braço com o seu adversário do PPS, o deputado federal Rubens Bueno, na disputa pelo palanque de Ciro Gomes na sua 1.ª visita ao Paraná nesta campanha eleitoral e após a sua ascensão nas pesquisas de intenções de voto.

Hoje, Álvaro será o anfitrião de Ciro no desfile em carro aberto e em alto estilo que os dois candidatos fazem pelas ruas de Curitiba, no início da tarde. O pedetista providenciou um Chevrolet 54 conversível, colocado à disposição de Álvaro pelo procurador aposentado Marcos Pereira, para desfilar com o presidenciável em Curitiba do Cietep (Centro Integrado de Empresários e Trabalhadores do Estado do Paraná) até a Praça Santos Andrade. De lá, os dois também fazem uma caminhada até a Boca Maldita.

Alvaro exigia exclusividade no palanque de Ciro no Paraná. Hoje, Bueno terá que se conformar em se reunir com Ciro apenas durante sua chegada ao Cietep, onde o candidato do PPS apresentará seu programa de governo para um grupo de empresários do Paraná. ” “Vamos dar as boas vindas ao Ciro, assim como temos feito nos últimos três anos em que o acompanhamos em inúmeras visitas a vários recantos do Estado”, disse Bueno. “O povo paranaense já se habituou a nos ver juntos, eu e o Ciro, neste trabalho incansável de construção do PPS, ao lado do senador Roberto Freire. Não serão circunstâncias de campanha que obstruirão nossa caminhada”.

O deputado anunciou que no início de agosto Ciro voltará ao Paraná para cumprir uma programação junto com ele e demais lideranças da sua aliança. E criticou a disputa pelo palanque de Ciro. “Nem vamos entrar no mérito do oportunismo de alguns. E a população também tem discernimento para distinguir entre os apoios espontâneos e desinteressados ao Ciro daqueles que visam o benefício próprio”, disse o candidato do PPS ao governo, que estará hoje cumprindo agenda na Região Metropolitana. Bueno estará reunido em Curitiba com lideranças do partido em Cascavel. Depois, ele discutirá seu plano de governo com assessores e encerra o dia fazendo um comício em Fazenda Rio Grande.

Coligação não pode usar Frente

Apesar de ficar de fora do palanque na primeira visita de Ciro Gomes ao Paraná depois do início da campanha, Rubens Bueno levou a melhor na Justiça Eleitoral. Por unanimidade, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) decidiu ontem que a coligação constituída por PDT, PTB e PPB está proibida de utilizar o nome de Frente Trabalhista, a mesma denominação da aliança encabeçada pelo candidato do PPS a presidente da República, Ciro Gomes. O processo foi movido pela coligação de Bueno.

Em seu parecer, a relatora da ação, juíza Cláudia Cristofani, justificou que o nome da aliança de Álvaro gera prejuízos ao processo eleitoral, pois pode induzir o eleitor a erro. O voto de Cláudia Cristofani foi seguido pelos demais juízes do Tribunal Regional Eleitoral.

O vice-presidente do PPS, Amadeu Geara, afirmou que a decisão do TRE impediu “um verdadeiro estelionato eleitoral”. “A promiscuidade que PDT e PTB montaram no Paraná estava a ensejar um verdadeiro estelionato eleitoral, na medida em que o PPB de Maluf, que a nível nacional bajula o governo em troca de benesses, e abertamente apóia José Serra, no Paraná poderia usar o nome da coligação de Ciro Gomes, que sobe disparado nas pesquisas”, disse Geara. “Com isso, eles estariam obtendo uma vantagem ilícita e imoral”, acrescentou o dirigente pepessista.

Recurso

O assessor jurídico do candidato do PDT, Antonio Acir Breda, disse que iria recorrer ontem mesmo ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra a decisão do TRE. De acordo com Breda, a utilização do nome foi uma determinação das direções nacionais do PDT e PTB, com o aval do PPS, aprovada durante convenção conjunta em Brasília. Breda afirmou que por se tratar de uma deliberação nacional, a instância competente para julgar o caso é o TSE. “Não se trata de uma decisão dos partidos regionalmente. A decisão foi nacional e temos certeza que a sentença será reformada”, comentou. (E.C.)

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