A Comissão de Fiscalização e Controle da Assembléia Legislativa do Paraná solicitou ao Tribunal de Contas todos os papéis referentes à contabilidade da Câmara Municipal de Curitiba entre os anos 2001 e 2004. De acordo com o presidente da Comissão, deputado Neivo Beraldin (PDT), não há nenhum motivo específico para a fiscalização dos papéis da Câmara neste período.
"O trabalho da Comissão é fiscalizar, independente da existência de denúncias. Iremos auditar a Câmara de Curitiba assim como estamos auditando as câmaras de outras cidades do Paraná", explicou Beraldin. De acordo com o presidente da Comissão, Curitiba, por ser a maior cidade do Paraná, é exemplo para o resto do estado e precisa ser fiscalizada.
O presidente da Câmara dos Vereadores de Curitiba, João Cláudio Derosso (PSDB), que também presidiu a casa entre 2001 e 2004, avaliou como positiva a iniciativa da Comissão de Fiscalização e Controle da Assembléia. "Faz parte do papel dos deputados fiscalizar o uso do dinheiro público. Então, nada mais justo do que realizar essa auditoria", disse. Derosso afirmou ainda que a Câmara, desde 2000, é ligada ao Tribunal de Contas pelo sistema de informática, criando uma gestão de transparência. "Tudo aquilo que os deputados precisarem já está à disposição do Tribunal de Contas e nós, aqui na Câmara, estamos à disposição para fornecer qualquer outra informação que for solicitada", afirmou.
Quanto aos gastos da Câmara este ano, quando diversas casas do Estado estão sendo questionadas pelo Ministério Público por não terem diminuído seus gastos, mesmo com a redução do número de vereadores, Derosso disse que Curitiba não se enquadra neste perfil. É que a capital do Paraná foi uma das oito capitais brasileiras que teve o número de vereadores aumentado no último pleito, ao contrário do restante do país. O número de representantes da Câmara de Curitiba passou de 35 para 38, obrigando a realização de uma readequação do orçamento para pagar os novos gastos. "Tivemos que remanejar o orçamento para poder pagar o salário desses três novo vereadores e todos os gastos acarretados com o aumento do número de representantes na casa", disse Derosso.
A proposta orçamentária da Câmara para 2006 já foi encaminhada à prefeitura. Segundo Derosso, estão sendo pedidos R$ 46 milhões para o ano que vem, enquanto que o orçamento deste ano foi de R$ 42 milhões.