AL cancela o “feriadão” de olho nas eleições de 2006

Nas primeiras projeções eleitorais para o próximo ano, os deputados estaduais calculam que pelo menos metade corre um alto risco de não se reeleger. Um índice já registrado em 2002 e que acabou sendo ventilado como um dos motivos para que a Assembléia Legislativa abortasse ontem um "feriadão" que estava programado para a próxima semana. Ontem, a Mesa Executiva anunciou que serão realizadas as sessões de segunda e terça-feira e que o descanso começa apenas a partir de quarta-feira, dia 7.

A idéia inicial era suspender as sessões durante toda a Semana da Pátria, mas depois que alguns veículos de comunicação divulgaram que os deputados ficariam dez dias sem trabalhar em plenário, alguns acharam por bem recuar para não testar a tolerância da opinião pública. Na Assembléia Legislativa, as sessões são realizadas às segundas, terças e quartas-feiras. "O mar não está para peixe. É hora de mostar serviço. Seria um erro não fazer as sessões", apressou-se a declarar o 1.º secretário, Nereu Moura (PMDB).

O presidente da Assembléia Legislativa, Hermas Brandão (PSDB), afirmou que apenas pensava em suspender o trabalho de plenário, limitando a atividade às comissões permanentes. "Mas ainda não estava definido e o expediente seria normal", resumiu.

Preservação

Moura faz uma análise do quadro da reeleição na Casa. Disse que diante dos escândalos registrados no Congresso Nacional, a renovação das 54 cadeiras em 2006 pode até ultrapassar a barreira dos 50%. Segundo ele, o prejuízo não irá se restringir ao PT, PP, PTB e PL, partidos que estão no epicentro da crise política. "Todos vamos ter prejuízos", afirmou o deputado, referindo-se ao desgaste do Legislativo. "O PT não deve ter aquela votação boa que teve antes, mas é um partido com uma boa estrutura e manterá uma bancada de cinco a seis deputados’, comentou.

Dos 54 deputados, somente três até agora cogitaram disputar uma vaga na Câmara Federal. Os deputados Marcos Isfer (PPS), Ratinho Júnior (PPS) e Jocelito Canto, sem partido. Ângelo Vanhoni (PT) ainda não definiu se concorre a deputado federal. Outros estariam pensando em desistir de disputar as eleições.

Troca

Nas próximas semanas, os deputados começam a se mobilizar para definir de vez suas acomodações partidárias. Em 30 de setembro, termina o prazo para a filiação de candidatos às eleições do próximo ano. No momento, três deputados – Luiz Carlos Martins, Mauro Moraes e Jocelito Canto – estão sem partido. Outros, como Geraldo Cartário e César Seleme, aguardam o desfecho dos problemas que atingem o PP nacionalmente para decidir se ficam ou trocam de sigla.

Uma das lideranças do partido no Paraná, o deputado federal José Janene, está na lista dos deputados envolvidos com o esquema do pagamento de mesadas aos parlamentares em troca de apoio ao governo federal, junto com outros deputados federais do partido. Se forem considerados culpados e houver alguma punição aos deputados federais, pode haver um esvaziamento da sigla no estado.

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