Polícia Federal vai pedir à Justiça novas prisões de envolvidos com crakers

A Polícia Federal iniciou hoje (15) a perícia nos HDs dos computadores apreendidos durante a Operação Scan, desencadeada na última terça-feira na Paraíba e em mais seis estados brasileiros. O objetivo é o de identificar detalhes de como a quadrilha agia e, com isso, chegar a outros prováveis envolvidos. Entretanto, os delegados que estão à frente das investigações já confirmam que novas prisões deverão ser solicitadas à Justiça.

É que os depoimentos colhidos já são suficientes para que outras pessoas sejam presas. De acordo com o delegado Ricardo Ribeiro, além das prisões, a PF também solicitará à Justiça a decretação de novos mandados de busca e apreensão. "Estamos colhendo os dados e as declarações poderão ampliar o número pessoas envolvidas", disse. Ele confirmou que, neste momento, a PF não poderá divulgar os detalhes que implicam novas pessoas para não atrapalhar o trabalho de investigação.

Na tarde de hoje os acusados Marcos Paulo Lima da Costa e Joelson Silva Jorge se apresentaram espontaneamente na sede da delegacia da Polícia Federal em Campina Grande, onde foram ouvidos e encaminhados ao Presídio do Monte Santo. A PF, entretanto, não divulgou o teor dos depoimentos. Até o início da noite de hoje (15) a Polícia Federal já contabilizava 57 prisões e apreensões de menores. Falta ainda a localização de três pessoas, de um total de 60 mandados de prisão expedidos pelo juiz Bartolomeu Correia Lima Filho, da 6.ª Vara Federal de Campina Grande.

Rasgando dinheiro

O jovem apontado como líder da organização criminosa, o estudante Emir Sangler Leal, de 19 anos continua detido na delegacia da PF de Campina Grande, ao contrário dos outros implicados, que foram transferidos para o Presídio do Monte Santo, no centro de Campina Grande. Nesta terça-feira, amigos e vizinhos ouvidos pela Agência Estado disseram que ele tinha hábitos exibicionistas.

Sangler, filho de família classe média, foi criado numa casa confortável, no bairro do Alto Branco, em Campina Grande, um dos mais elitizados da cidade. Os amigos contam que, desde criança, Sangler gostava de games e computadores. Ele até ajudava os vizinhos que tinham problemas em seus micros e é considerado um ‘expert’ em informática.

Francisco Brasileiro, comerciante vizinho de Sangler, disse que o conhece desde pequeno. "Sempre foi uma boa pessoa, mas acabou usando a inteligência de maneira negativa". Ele disse que o jovem já o ajudou com problemas no computador de sua loja. "Ele entende muito de programas e tirava muitas dúvidas do pessoal da rua", completa.

Heitor Dias, vizinho de Sangler, confirma que o padrão de vida do jovem mudou repentinamente, há poucos meses. "Ele começou a andar em carros com DVD e estava ostentando dinheiro. Me disseram até que, uma vez, na praia de Camboinha (no litoral paraibano), ele rasgou uma nota de R$ 50 por diversão", afirma Heitor.

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