Polícia Federal prende em São Paulo quatro fraudadores do INSS

São Paulo ? Quatro pessoas foram presas hoje pela Polícia Federal (PF) na Operação Falsário, de combate a fraudes contra o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). As ordens de prisão foram expedidas pela 5ª Vara Criminal Federal da cidade de Guarulhos (SP) e as ações federais foram realizadas nas cidades de Suzano, Salto, São Vicente, no interior do estado, e na capital.

A delegada Kátia Cristina Grande, da Delegacia de Repressão a Crimes Previdenciários, informou que foram presos dois servidores do INSS: Izaíde Vaz da Silva, que trabalhava na agência de Mogi das Cruzes e abordava os usuários para propor facilidades na concessão de benefícios, e Vilson Roberto do Amaral, que atuava como uma "válvula de escape". Também foram detidos dois intermediários, que já estão sofrendo processos administrativos: Odair Rodrigues dos Santos e Manoel Felismino Leite, que faziam a ligação entre os funcionários do instituto e os trabalhadores interessados.

Os funcionários foram presos em casa. Os acusados vão responder pelos crimes de estelionato, falsificação de documentos públicos, formação de quadrilha e corrupção passiva e ativa, e podem pegar de quatro a 15 anos de prisão.

A delegada Kátia Grande disse que as pessoas pagavam R$ 200 por atestados e R$ 3 mil pelo "kit completo". "Nos R$ 3 mil já estava incluído o atestado médico, a intermediação e a forma de burlar", explicou a delegada. Até agora, foram comprovados 20 casos de usuários que pagaram por essa facilitação.

De acordo com a delegada, o golpe funcionava basicamente pela falsificação de atestado médico e pelo ensino de como burlar a perícia do INSS. "O segurado recebia uma verdadeira aula de como passar pela perícia e simular os sintomas e dores", afirmou. A doença mais comum nas simulações era a lombalgia (dor na coluna).

Segundo a delegada, alguns beneficiados pela fraude já foram identificados. Existe ainda a suspeita de que médicos estejam envolvidos no esquema. Um quinto mandado de prisão foi expedido, mas o acusado ainda não foi notificado. A investigação começou com o flagrante de um segurado que apresentou um atestado falso.

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