Polícia Federal investiga mais envolvidos no esquema de RO

A Polícia Federal tem indícios de que há mais magistrados e membros do alto escalão do Ministério Público e do Poder Executivo envolvidos na quadrilha, desarticulada pela Operação Dominó, que há cerca de três anos desviava recursos públicos em Rondônia. Os próximos alvos incluem o procurador-geral de Justiça, Abdiel Ramos Figueira, que escapou da prisão por pouco, mais dois desembargadores do Tribunal de Justiça e 21 deputados. As investigações alcançarão até mesmo o governador Ivo Cassol (PPS), autor da denúncia de que originou a abertura do inquérito na PF.

Os dois negaram envolvimento no esquema. Candidato à reeleição, Cassol disse que é vítima da quadrilha, não réu. "Fui eu que fiz as denúncias há dois anos", disse ele, referindo-se à fita de vídeo, divulgada na imprensa, em que um grupo de dez parlamentares aparece lhe pedindo suborno de R$ 50 mil, cada, para garantir maioria ao governo na Assembléia Legislativa. Ele disse que substituirá o candidato a vice-governador de sua chapa Carlos Magno Ramos, preso na operação, se ficar comprovado seu envolvimento com a quadrilha. "Não creio no envolvimento dele, mas cada um que responda pelo seu CPF", avisou.

Realizada ontem, a operação prendeu até agora 23 pessoas, entre as quais os presidentes da Assembléia Legislativa, deputado José Carlos de Oliveira (PSL), o Carlão, líder da quadrilha e do Tribunal de Justiça de Rondônia, desembargador Sebastião Teixeira Chaves. Por força da imunidade e das prerrogativas 21 deputados envolvidos no esquema deixaram de ser presos. Pelo menos mais 130 pessoas, incluindo servidores públicos e altos dirigentes dos três poderes, serão investigados nessa fase e correm o risco de também serem processadas.

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