Polícia apreende armas e munições em favela do Rio

Rio – A Polícia Civil do Rio apreendeu um carregamento de armas e munições dentro de um carro, perto da favela Vila Vintém, na zona oeste, na sexta-feira à noite. O material, que pertencia a traficantes da área, mas seria usado em assaltos a caminhões de carga, incluía três silenciadores de fuzil, acessório que permite que o atirador dispare sem ser localizado.

Silenciadores de fuzil são raramente apreendidos no Rio, de acordo com o chefe de Polícia Civil, Álvaro Lins. Os que foram localizados na sexta-feira haviam sido produzidos artesanalmente. "O silenciador não revela a posição da pessoa que está atirando. Eles (bandidos) estão tentando se aperfeiçoar no uso do armamento", disse Lins, lembrando que, com o silenciador, a fuga é facilitada, já que o policial não consegue identificar de onde os tiros partiram.

Ele informou que o comando do batalhão da PM de Bangu, responsável pelo policiamento na região, já havia avisado à chefia de Polícia que os traficantes estavam usando esse tipo de artifício. Foram recuperados também dois fuzis, três granadas, 1.333 munições para fuzil, revólver e pistola e 44 carregadores para fuzil, pistola e metralhadora.

O carregamento estava num Fiat Tipo azul, de placa LBE 7447, interceptado por agentes da Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC) nas proximidades da Vila Vintém. Dois homens estavam no automóvel: Edmilson da Silva Guedes, de 38 anos, que foi preso, e um outro, não identificado, que conseguiu fugir.

Guedes – que é filho de um sargento reformado da PM morto dois anos atrás por bandidos e não tem antecedentes criminais – alegou ter sido obrigado a transportar o armamento. Mas não disse quem havia lhe dado a ordem. Ele foi autuado por porte de arma de fogo e explosivos e por supressão de numeração nas armas (a numeração foi raspada).

Álvaro Lins disse que o material pertence à quadrilha que domina o tráfico de drogas na Vila Vintém, já que algumas peças trazem escrito "VV" e ainda o desenho de um tridente, espécie de marca do traficante Celso Luiz Rodrigues, o Celsinho da Vila Vintém. Ele está preso, mas ainda seria o "dono" da favela. Mesmo sendo do tráfico, as armas seriam usadas em roubos de cargas, segundo investigações da DRFC. É possível, disse o chefe de Polícia, que os traficantes estejam assaltando caminhões porque a venda de drogas na localidade está fraca.

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