Pobres sem água

Avanços da ciência e tecnologia asseguram melhorias visíveis nos padrões de vida de milhões de pessoas mundo afora. O mesmo parâmetro não se aplica, porém, com respeito às populações mais pobres do planeta.

Segundo o último relatório sobre desenvolvimento humano produzido pelo PNUD, um programa da Organização das Nações Unidas para balizar esse candente aspecto da existência, ainda há milhões de seres humanos sem nenhum acesso à água potável e a nenhum tipo de higiene pessoal ou coletiva.

A mais séria ameaça sobre essa parcela da humanidade é o aquecimento do clima global, cujo impacto poderá aniquilar o relativo avanço do bem-estar social das últimas décadas. A falta de água tratada é hoje uma das causas diretas da morte anual de 1,8 milhão de crianças por diarréia, nos países atrasados. Um problema gravíssimo que somente será resolvido com uma ação ampla e não isolada.

Esse debate não pode ficar circunscrito aos meios científicos e, tampouco, fomentar tergiversações políticas. O mundo requer soluções urgentes, porque delas depende a vida de milhões de seres humanos condenados a um destino que não escolheram. Seria pedir muito que a esses milhões se propiciasse água para beber, se lavar e cultivar alimentos? A história será severa com os omissos e insensíveis.

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