Pneus reformados

A União Européia, onde o consumo de energia é dos maiores do mundo e os índices de poluição assustam até os céticos, descarta anualmente 300 milhões de carcaças de pneus. Grande parte do material inadequado para os elevados padrões de consumo na citada região é exportado para países em desenvolvimento, como o caso do Brasil.

Ocorre que autoridades federais do meio ambiente se convenceram que o Brasil está servindo de lixeira para o desemboque do que não tem serventia no Primeiro Mundo. O país tem atualmente, segundo o Ministério do Meio Ambiente, 1,3 mil reformadoras de pneus velhos importados, adquiridos na Europa entre 20 e 60 centavos de dólar. Reformado, o pneu chega a custar US$ 70.

A importação de pneus velhos foi proibida pelo governo brasileiro, sob a alegação de causar riscos ao meio ambiente e à saúde. Por isso, foi acusado pela União Européia de transgredir normas da Organização Mundial do Comércio (OMC), onde a questão está sendo discutida. A Justiça concedeu, porém, liminares a reformadoras brasileiras liberando a importação de 9 milhões de pneus por ano.

A OMC argumenta que a questão deve ser enfocada sob o ponto de vista comercial, ao passo que o governo insiste nos riscos ambientais da atividade e, sua causa imediata: o que fazer com 40 milhões de pneus descartados todos os anos?

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