Com o atual ritmo de expansão dos investimentos, a economia brasileira pode crescer, em 2007, 4,75%, e, em 2008, 5%, afirmou hoje o ministro da Fazenda, Guido Mantega. "Nada impede que este crescimento seja maior, mas preferimos manter uma projeção conservadora", disse ele durante entrevista coletiva para falar sobre o avanço dos investimentos no País.
O ministro projeta uma expansão de 9% nos investimentos na economia brasileira neste ano. "É o dobro do crescimento do PIB que esperamos para este ano e vai permitir uma expansão sustentável e crescente da economia". Ele destacou, sobretudo, a expectativa de elevação nos investimentos no setor de construção civil, que, respondendo às desonerações tributárias e ao aumento dos financiamentos disponíveis com juros mais baixos, devem subir 6,2%.
Outro item destacado por ele foi o setor de máquinas e equipamentos que, no acumulado do ano até abril, avançou 13,2% em relação ao mesmo período do ano passado. Para o ano, o ministro projeta para o setor alta de 14,9%. "o crescimento expressivo na absorção de máquinas e equipamentos mostra que a economia está avançando com investimentos e com renovação do parque produtivo, com modernização e competitividade".
Investimentos do governo
Segundo Mantega, o governo federal, ao contrário do que dizem os críticos, está contribuindo para elevar a taxa de investimentos no País. Para referendar seu raciocínio, ele apresentou os dados da evolução dos investimentos nos últimos anos, e destacou que, em 2005, os investimentos do governo federal (governo central mais estatais) atingiram 2,33% do PIB, taxa superior ao melhor ano do governo anterior, que foi 2001, quando o investimento atingiu 2,28% do PIB. Para 2006, ele espera que o volume de investimentos chegue a 2,5% do PIB.
Ao comparar com o governo anterior, Mantega disse que não ia citar o nome do presidente que comandava o País "para não falarem que ele estava fazendo propaganda eleitoral". Sobre o fato de, no primeiro ano do atual governo, o investimento federal ter caído significativamente para 1,81% do PIB, Mantega explicou que isso se deu "por motivos óbvios", citando a necessidade de se ajustar a economia por causa das turbulências herdadas de 2002.