PIB crescerá só 3% este ano, estima mercado

Brasília (AE) – O mercado financeiro cortou as previsões de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano de 3,09% para 3%, de acordo com pesquisa semanal divulgada hoje (28) pelo Banco Central (BC). Esta foi a terceira queda seguida destas previsões, que estavam em 3,31% apenas quatros semanas atrás. Os analistas começaram a reduzir as expectativas com relação ao crescimento econômico em 2005 depois que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que a produção industrial havia recuado 2% em setembro, na comparação com agosto.

A expectativa entre os economistas de mercado, no entanto, é que as previsões serão reduzidas depois que o IBGE divulgar, quarta-feira, o resultado do PIB no terceiro trimestre que pode ser negativo e, assim, deve puxar para baixo a estimativa para o ano. "As estimativas ficarão abaixo dos 3% já na próxima semana", disse um especialista de mercado ouvido pela Agência Estado. O porcentual considerado mais provável pelos economistas de mercado é de algo em torno de 2,8%. "O problema todo é que o BC errou a mão na política de juros", comentou outra fonte de mercado, para quem o Comitê de Política Monetária (Copom) deveria acelerar o ritmo de queda dos juros já em dezembro.

O temor do mercado é de que uma política de reduções graduais de juros venha a comprometer a capacidade de expansão econômica em 2006. "Se mantido esse ritmo de cortes de 0,50 ponto porcentual, o crescimento do PIB no próximo ano deverá ficar em torno dos 3%", disse um especialista de mercado. Na pesquisa divulgada hoje, as previsões de aumento do PIB no próximo ano ainda estão em 3,5%. Os números ruins de atividade têm alimentado as expectativas do mercado de um eventual aumento das pressões sobre o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, que vem sendo alvo de críticas de integrantes do governo e mesmo dos partidos de oposição.

Inflação

Os participantes da pesquisa do BC promoveram ao mesmo tempo, a quarta alta consecutiva das estimativas de IPCA para este ano. Com a nova alta, o porcentual de inflação esperado passou de 5,53% para 5,59%. "O mercado comprou um otimismo muito grande ao achar que a inflação pudesse ficar abaixo do objetivo de 5,1%", disse uma fonte de mercado.

A expectativa agora é de que a inflação fique mesmo em uma faixa próxima aos 5,60%. "Ainda é um resultado muito positivo", comentou um especialista, ao lembrar que o porcentual ficará dentro do intervalo de tolerância de 2,5 pontos porcentuais em relação à meta central de 4,5%. "O fato de isto acontecer mesmo como o aumento dos preços administrados é muito positivo", disse uma fonte.

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