PF identifica contas da máfia do jogo no exterior

A Polícia Federal já sabe que pelo menos 1 dos 25 presos na Operação Hurricane (Furacão) tem conta bancária no exterior. Há ainda a suspeita de que outros quatro envolvidos no esquema de venda de sentenças judiciais favoráveis aos interesses de proprietários de locadoras de máquinas caça-níqueis e casas de bingo sejam beneficiários de recursos depositados em paraísos fiscais. A polícia recolheu documentos e vem consultando unidades de inteligência financeira de países com os quais o Brasil mantém acordos de cooperação para checar a existência de valores que podem chegar a US$ 10 milhões.

O nome do beneficiário da conta já identificada é mantido em sigilo para não prejudicar as investigações. Mas o jornal O Estado de S. Paulo apurou que se trata de um dos presos que faziam tráfico de influência da máfia no Judiciário. A conta foi descoberta com base em documentos recolhidos na operação de busca e apreensão deflagrada com autorização do Supremo Tribunal Federal (STF) na sexta-feira. Conforme uma autoridade que acompanha as investigações, a PF já possui o levantamento das contas bancárias existentes no Brasil em nome dos envolvidos e está monitorando saques e depósitos. O objetivo é identificar novas ramificações da quadrilha na hipótese de eventuais retiradas.

As apreensões de quase 2 toneladas de documentos e arquivos magnéticos rendeu mais frutos para a investigação. No escritório do advogado Virgílio Medina, irmão do ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Paulo Medina, foram identificadas petições e documentos de outros escritórios de direito. Para a PF, esses documentos levantam a suspeita de que Virgílio atuaria como intermediário em supostas práticas de tráfico de influência em favor de outros grupos, além de bingueiros e bicheiros.

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