PF apura conexão da máfia dos caça-níqueis em SP e DF

A Polícia Federal começou ontem a analisar as duas toneladas de documentos apreendidos na Operação Hurricane (Furacão, em inglês), que desmantelou uma rede de corrupção formada por bicheiros, juízes e delegados acusados de ligação com a exploração ilegal de máquinas caça-níqueis. Com a avaliação do material, os agentes pretendem traçar um raio X da atuação da máfia e de suas ramificações em outros Estados. Investigadores da PF avaliam que podem encontrar pistas sobre mais pessoas envolvidas no esquema, inclusive no Poder Judiciário. A expectativa é descobrir ramificações do esquema em São Paulo e no Distrito Federal.

Um dos pontos de partida da PF será analisar as agendas dos presos apreendidas na operação. A PF teve de mudar sua estratégia com a decisão da maioria dos presos de manter silêncio nos depoimentos de sábado e de ontem aos delegados que participam das investigações. Na manhã de ontem, a PF parou os depoimentos e acelerou o envio para Brasília da documentação apreendida nas casas e escritórios dos 25 presos.

Foram transferidos agendas, discos rígidos de computadores e também jóias e relógios recolhidos. O avião da PF fez duas viagens do Rio a Brasília para transportar todo o material. Cerca de 50 policiais estão trabalhando desde ontem à tarde na análise da documentação. Dez deles ficaram encarregados dos interrogatórios dos presos e deslocados da carceragem à sede da PF, onde os documentos foram guardados. A PF reiniciará os depoimentos hoje, às 8 horas. Quem já depôs poderá ser ouvido novamente e há possibilidade de acareação entre os presos.

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