Petrobras avalia renovação de contrato de publicidade com Duda Mendonça

A Petrobras avalia a renovação do contrato de publicidade que tem com a agência do publicitário Duda Mendonça. A estatal admitiu hoje que o contrato que mantém, desde 1994, com a agência de publicidade de Duda Mendonça, responsável pela campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, termina no dia 4, mas negou que a decisão de renová-lo esteja tomada. A questão deve ser definida na reunião da diretoria da empresa, no dia 1.º. Segundo a companhia, a resolução obedecerá somente a critérios técnicos e, em princípio não há elementos que avaliem mal o desempenho da agência do publicitário na prestação dos serviços.

"O contrato existe, é legal e pode ser renovado algumas vezes", disse hoje o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, acrescentando que os contratos da estatal com outras duas agências também vencem em dezembro. A Duda Mendonça e Associados divide com outras duas empresas, a Quê e a F/Nazca, a prestação de serviços de propaganda da estatal. Cada uma delas, de acordo com a Petrobras, tem um contrato no valor de, aproximadamente, R$ 50 milhões.

A verba vem do orçamento da Gerência de Comunicação Institucional da Petrobras, que este ano é da ordem R$ 700 milhões. De acordo com a assessoria da empresa, a renovação do contrato ainda depende da apreciação pela diretoria de dados estatísticos sobre os serviços prestados pela agência. As informações serão levadas à reunião pelo gerente de Comunicação Institucional, Wilson Santarosa, mas a decisão final é dos diretores.

Recém-chegado da Arábia Saudita, Gabrielli demonstrou não ter muitas informações sobre o processo, mas afirmou que o envolvimento de Duda Mendonça com o pagamento de despesas de campanha do PT com o uso de caixa dois não influenciará na decisão da empresa. "A Constituição diz que as pessoas são inocentes até que se prove o contrário. Então, não posso condenar ninguém", disse, duas vezes, após participar, ao lado de Lula, da cerimônia de batismo da plataforma de produção de petróleo P-50, no Estaleiro Mauá-Jurong, em Niterói, no Grande Rio.

Santarosa não falou sobre o assunto hoje. Em junho, ele disse que o publicitário e as outras duas agências haviam sido selecionadas numa licitação realizada no fim de 2003, com 42 participantes. A Quê, que trabalhava para a Petrobras, permaneceu. A DPZ e a Contemporânea deram lugar à agência de Duda Mendonça e à F/Nazca. Santarosa afirmou ainda que ele tem uma "competência indiscutível" e que até preferiria que não tivesse vencido a disputa para não dar margens a suspeitas de favorecimento.

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