Pesquisa do BC mostra que todos os indicadores de inflação estão em baixa

Brasília – Todas as projeções de inflação estão em queda, tanto no varejo quanto no atacado, conforme mostra pesquisa realizada sexta-feira (16) pelo Banco Central (BC) com uma centena de analistas de mercado e de instituições financeiras sobre tendências dos principais indicadores da economia.

O resultado da pesquisa, que é semanal, foi divulgado no Boletim Focus liberado no início da tarde desta quarta-feira (21) pelo BC. A pesquisa é divulgada normalmente às segundas-feiras, mas, em virtude do Carnaval, o BC só a publicou hoje, indicando que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que serve de parâmetro para as correções oficiais, deve fechar o ano em 3,94%.

A estimativa é superior aos 3,14% do IPCA em todo o ano de 2006, mas sinaliza inflação abaixo do centro da meta de 4,50%, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), e é bem menor que os 4,09% estimados pelo Boletim Focus no início do ano. A projeção, que vem caindo gradativamente, semana após semana, na pesquisa anterior apontava IPCA anual de 3,97%.

O cálculo para o IPCA, índice pesquisado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), está em linha com as contas do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) da Universidade de São Paulo (USP), que mede o comportamento de preços no varejo da capital paulista. Lá, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC-Fipe) caiu de 4% para 3,95% na comparação semanal.

A redução pequena, mas constante, dos preços ao consumidor é resultado da acomodação do IPCA neste mês, cuja estimativa inicial, de 0,47%, cedeu para 0,45%, além de a expectativa inflacionária para março ser menor ainda: em torno de 0,30%. O Boletim Focus estima, ainda, que a inflação nos próximos 12 meses será de 3,89%, ante 3,95% da pesquisa anterior.

De acordo com especialistas em mercado financeiro consultados pelo BC, a perspectiva também é boa para os preços administrados por contrato ou monitorados (combustíveis, energia elétrica, telefonia, remédios, educação, saneamento, transporte urbano e outros). Segundo os especialistas, os reajustes acumulados desses preços ao longo do ano devem ficar em torno de 3,80%, e representam quase um terço na composição do IPCA.

A situação também é favorável na comparação de preços no atacado. De acordo com a estimativa média dos analistas de mercado, o Índice Geral de Preços?Disponibilidade Interna (IGP-DI) deve fechar o ano em 4%, e não mais nos 4,13% estimados na pesquisa anterior, período em que o Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) também cede de 4,10% para 4,07%.

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