Perito recebe laudos de mortes do PCC amanhã

O perito Ricardo Molina, de Campinas, recebe amanhã cópias dos laudos das mortes relacionadas aos atentados da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), ocorridos no mês passado em São Paulo. Ele explicou que foi chamado pela Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de São Paulo para prestar consultoria técnica e verificar se houve abuso nos procedimentos da polícia durante o conflito.

Molina não soube informar se receberá também os laudos referentes aos policiais assassinados nos ataques. Ele se reúne hoje em São Paulo com integrantes de uma comissão independente que acompanha as investigações sobre o caso, formada por várias entidades e pelo Ministério Público.

O primeiro passo, disse o perito, será a triagem dos laudos, para separar os que têm relação direta com os atentados do PCC. "Falam em 130, 400, 519 laudos. Alguns poderão ser descartados e vamos analisar apenas o que interessa", afirmou. Ele pretende cruzar as informações dos laudos com depoimentos de testemunhas prestados à polícia. O objetivo é descobrir se há indícios de irregularidades, como execução.

O perito também irá analisar as circunstâncias das mortes. "Separados os laudos suspeitos, vamos examiná-los a fundo, checar se as informações são coerentes, se há fotos, o que eu não acredito", alegou. Molina, no entanto, ainda não sabe quantas pessoas nem quanto tempo serão necessários para a conclusão do relatório que irá apresentar à comissão.

Molina disse acreditar que, se ficarem comprovadas irregularidades, os casos serão apurados pelo Ministério Público. O presidente da OAB São Paulo Luiz Flávio Borges D’Urso comentou que os atentados foram uma "situação limite" e que a polícia reagiu com "energia". Segundo D’Urso, a OAB parte da premissa de que tudo foi feito dentro da lei.

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