Penitenciárias ganham novas fábricas

Uma fábrica de colchões e outra de fraldas e absorventes higiênicos foram inauguradas em duas unidades penais de Piraquara, na região metropolitana de Curitiba, nessa segunda-feira (21), pelo secretário da Justiça e da Cidadania, Aldo Parzianello, e pelo coordenador nacional do Departamento Penitenciário, Clayton Nunes. "Essas inaugurações representam a melhoria no tratamento penitenciário", disse Nunes

A Colônia Penal Agrícola estima a fabricação de aproximadamente 5 mil colchões até o fim do ano. "Esse número significa a troca de praticamente todos os colchões usados no Sistema Penitenciário do Paraná, com custo reduzido em 40%, comparado a esse mesmo produto, quando comprado no mercado", ressaltou Parzianello.

Essa ação foi estabelecida em convênio entre a Secretaria e o Ministério da Justiça, cujos recursos de R$ 150 mil foram destinados para aquisição de matéria-prima, enquanto o Departamento Penitenciário do Paraná comprou o equipamento para fabricação da espuma, avaliado em R$ 60 mil. A meta do Depen (PR) é, após a fabricação se tornar auto-suficiente para o Sistema, firmar acordos com outros órgãos públicos, hospitais, albergues, asilos e outras entidades filantrópicas. O Provopar estuda parceria com o Depen ainda neste semestre.

O objetivo principal de manter mais este canteiro de obras é a profissionalização dos presos. Nessa primeira fase, 10 homens comporão a equipe de produção. O interno C.R.F., 39 anos, que cumpre pena por assalto, acredita que seu trabalho na fábrica resgatará sua dignidade e a de sua família. "Estou feliz comigo mesmo, agora vejo um novo futuro", disse.

Fraldas

Na Penitenciária Feminina, sete mulheres trabalharão na pequena fábrica de fraldas que produzirá peças para bebês e adultos, além de absorventes higiênicos. As internas integrantes do projeto terão remissão da pena (a cada três dias trabalhos redução de um dia na pena) e remuneração em pecúlio.

A produção das fraldas será destinada aos filhos de presos e os absorventes higiênicos as próprias internas, representando redução no custo com esse material ao Estado. "Para mim é uma terapia acima de tudo. Minha função é verificar a qualidade das fraldas", contou S.R.N., 38 anos, há nove meses cumprindo pena por trafico de drogas.

De acordo com o programa de ressocialização da Secretaria, a principal meta é proporcionar ao apenado condições de inserção no mercado de trabalho, depois de sua saída do Sistema Penitenciário. "Com mão-de-obra especializada, a pessoa que cumpriu pena pode se adequar melhor à nova vida, sem o bloqueio do preconceito social e evitar uma possível reincidência", avaliou o secretário.

O secretário também mostrou para o coordenador nacional os canteiros de trabalho das unidades, onde são produzidos de uniformes esportivos, bonés e camisetas, além de implementos eletrônicos. 

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