Pelo menos US$ 109,8 mil apreendidos pela PF saíram de corretora no Rio

Cuiabá – A Polícia Federal em Cuiabá divulgou que a investigação já sabe que pelo menos US$ 109,8 mil dos US$ 248,8 mil apreendidos na negociação do dossiê contra políticos do PSDB saiu da casa de câmbio Vicatur, no município de Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro.

As diligências mostraram irregularidades na venda e conseguiram identificar 11 ?laranjas? do esquema, ou seja, pessoas cujos nomes são usados por terceiros para cometerem atos ilícitos – emprestados ou sem que os laranjas saibam. Pelas irregularidades apuradas, os donos da Vicatur, Fernando Ribas Soares e Sirlei da Silva Chaves, serão indiciados por crime contra o sistema financeiro, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.

Os 11 "laranjas? ainda estão sob investigação e podem também estar ligados à corretora. Eles não deverão ser indiciados pelos mesmos motivos que os donos da Vicatur.

Segundo a Polícia Federal, um dos donos da Vicatur confessou que usava um mesmo ?laranja? para operações semelhantes desde 2000. A pessoa, segundo a investigação, saberia das fraudes e receberia dinheiro para emprestar o nome ao esquema. Os investigadores afirmam que nenhum dos donos confessou quem teria pedido a operação de venda dos dólares.

A Polícia Federal vai mandar cópias das diligências feitas nos últimos dias para a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga o caso e para o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Ontem (29), o superintendente da PF em Cuiabá, Daniel Lorenz, disse que a Polícia Federal deve indiciar nos próximos dias os seis acusados de envolvimento na compra de dossiê contra políticos tucanos. A dificuldade, segundo ele, é ?tipificar os crimes? que teriam sido cometidos por Freud Godoy, Jorge Lorenzetti, Oswaldo Bargas, Expedito Veloso, Gedimar Passos e Valdebran Padilha.

Lorenz afirmou que os envolvidos podem ser indiciados por lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. ?Estamos trabalhando com todo o cuidado para ligar a conduta ao tipo de crime?, disse Lorenz. ?Há um cuidado para não se fazer uma tipificação absurda?.

O superintendente disse que os seis podem ser acusados de terem cometido algum crime por conta do indiciamento dos donos da empresa operadora de Câmbio Vicatur, de onde saiu parte dos dólares usados para comprar os documentos. "Se alguém recebeu dinheiro, vai ser indiciado por extensão?. O delegado Diógenes Curado Filho, responsável pelas investigações, já tem os sigilos das casas de câmbio. Segundo ele, "as diligências em Ouro Preto e no Rio de Janeiro foram bastante proveitosas".

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