‘Pegar avião passou a ser motivo de pavor’, diz Serra

O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), afirmou que está inquieto com a crise aérea brasileira. Em entrevista coletiva concedida hoje, ele disse que não está perturbado apenas como brasileiro, mas também como governador de São Paulo, que detém a maior movimentação aérea do País. "É um sofrimento para as pessoas. Pegar avião passou a ser motivo de pavor", destacou ele.

Em consonância com as críticas feitas na tarde de hoje por membros da Comissão Executiva Estadual do PSDB de São Paulo, o governador lembrou os seis meses do acidente envolvendo o vôo 1907 da Gol. "Eu acho que teria dado tempo de montar um esquema alternativo para que o controle não ficasse apenas na mão de um grupo organizado. Essa medida de prudência, pelo visto, não foi tomada", emendou.

Para os membros da executiva do PSDB de São Paulo, "a inoperância e a incapacidade de resolver o problema são tão grandes, que até agora a única medida tomada foi um acordo, mal explicado, feito com o setor, sem garantias de que a situação vá se normalizar". Além disso, os tucanos alegam que o governo Lula "atropelou a hierarquia militar", deixando a sensação de que para o governo federal tudo não passa de mera discussão sindical.

Motim

Na entrevista que concedeu, Serra criticou também a forma como terminou o motim dos controladores de vôo, que paralisou os aeroportos do País na última sexta-feira. "Ele foi encerrado com promessas de aumentos salariais, de reestruturação de carreira e de desligamento da Aeronáutica. Me parece uma solução traumática", emendou.

Além das críticas, Serra também questionou o que irá garantir a melhora da qualidade do serviço nos aeroportos no futuro. "O que garante que não teremos novas chantagens? O que garante que o Brasil terá uma qualidade de controle do tráfego aéreo compatível com as normas internacionais?", indagou.

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