Pecuaristas pedem mais R$ 100 milhões para combate à aftosa

Depois de conseguir R$ 33 milhões do governo federal na última sexta-feira, os pecuaristas voltaram à carga e pediram hoje a liberação de mais R$ 100 milhões para que os produtores do Mato Grosso do Sul possam imunizar seus rebanhos contra a febre aftosa. O presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Antônio Ernesto de Salvo, defendeu que o governo federal crie uma linha de crédito emergencial para tornar viável a campanha de vacinação no Estado, que começa amanhã (1/11).

O valor, calculou ele, representaria R$ 4,00 por animal para o rebanho de 25 milhões de cabeças do Mato Grosso do Sul. Técnicos do Ministério da Agricultura estimam que cada dose da vacina custe cerca de R$ 1,20, mas a CNA explicou que os R$ 4,00 representam os custos totais da campanha. De Salvo explicou que os pecuaristas estão sem renda devido à impossibilidade de comercializar sua produção. Depois de confirmados 11 focos da doença no extremo sul do Mato Grosso do Sul, vários Estados e países importadores suspenderam as compras de carne e subprodutos do Estado. "Os pecuaristas de Mato Grosso do Sul não estão conseguindo vender seus bois nem sua produção de leite, o que lhes deixa sem renda e sem recursos para adquirir as vacinas", explicou.

Para o presidente da CNA, não é aconselhável cortar o crédito destinado ao setor justamente na época em que os pecuaristas têm uma despesa obrigatória com a compra de vacinas. O presidente da Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), Leôncio do Souza Brito Filho, disse que o Banco do Brasil bloqueou todas as linhas de crédito oferecidas aos pecuaristas do Mato Grosso do Sul, entre elas as linhas do Fundo Constitucional do Centro-Oeste (FCO) para investimentos em pastagens. "De acordo com o Banco do Brasil, o bloqueio é para evitar que os pecuaristas locais fiquem ainda mais endividados", comentou.

Voltar ao topo