A sessão da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga denúncias de corrupção nos Correios foi interrompida pela segunda vez hoje (28). O deputados e senadores decidiram suspender o trabalho até as 19 horas para participar das sessões em plenário na Câmara e no Senado.
O relator da Comissão, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), pretende aproveitar esse período para assistir a uma segunda fita de vídeo gravada por Joel Santos Filho e que não foi divulgada pela imprensa. Esta nova gravação foi enviada hoje à tarde aos integrantes da CPI pelos advogados do ex-funcionário dos Correios, Mauricio Marinho.
No depoimento que prestou hoje à CPI, Joel Santos Filho afirmou que essa fita foi gravada na segunda das quatro conversas que teve com Marinho. Santos Filho disse que precisou fazer mais de uma gravação porque o empresário Artur Washeck Neto teria considerado "inócua" a fita enviada pelos advogados. Nela, Joel não entrega dinheiro a Marinho, como aconteceu na gravação divulgada à imprensa, em que Marinho recebe R$ 3 mil e fala de um suposto esquema de fraudes em licitação na estatal.
O relator não quis falar sobre a autenticidade dessa segunda gravação. Antes, Osmar Serraglio quer conhecer o conteúdo da conversa entre Marinho e Joel Santos Filho.
Da três pessoas envolvidas na gravação dos Correios, Joel Santos Filho, Jairo Martins e Arlindo Molina, o relator considera o depoimento de Jairo Martins o mais importante. Ele foi o responsável pelo equipamento de gravação e é acusado de ter divulgado seu conteúdo à imprensa.
A sessão da CPMI será retomada às 19h com o depoimento de Arlindo Molina. O ex-professor da Escola Naval foi citado em depoimento do deputado Roberto Jefferson (PTB- RJ). Antes da divulgação da fita, Molina foi ao gabinete de Jefferson com a gravação. Ele disse à polícia que teria ido alertar o deputado, mas a polícia investiga se houve tentativa de extorsão a Jefferson por Molina.