Paranaense cria tecido 100% ecológico

Um estilista paranaense, da cidade de Planalto (Oeste do Estado), conseguiu formular um tecido, chamado Ecovogt, com a fibra liberiana proveniente de uma planta da Amazônia. Caio Von Vogt já possui a patente mundial do produto, considerado o único tecido 100% ecológico do mundo. O Ecovogt será lançado no próximo dia 13 outubro, no Consulado Geral da Holanda, em São Paulo.

O estilista conta que a pesquisa sobre o material começou há seis anos. Ele conheceu a fibra liberiana, usada anteriormente para sacaria, e começou a estudá-la na aplicação em outros segmentos. Vogt se associou à empresa Companhia Têxtil de Castanhal, que possui fazendas específicas da planta. “Foram desenvolvidos os fios adequados em testes, que precisaram de teares adaptados”, explica. Os estudos resultaram em tecidos de três diferentes gramaturas e com tingimento natural em dez cores.

Segundo Vogt, o tecido é o único 100% ecológico. Os materiais naturais e sem quaisquer danos ao meio ambiente estão presentes em todo o processo de produção. “A preocupação ambiental não é modismo. Hoje tudo está voltado para o meio ambiente. Na Europa, isso é muito mais evidente do que no Brasil. Já temos convites para desfiles e lançamentos em outros países”, comenta. Ele estima que 70% do produto tenha como destino o mercado internacional. A capacidade inicial de produção será de 100 mil metros por mês.

O estilista revela que também há um projeto social por trás da utilização da fibra liberiana. “Além da moda, ele engloba o social e cultural. A população carente do Norte depende da planta para a sobrevivência. Existe a preocupação em dar sustento para essas famílias. Com a entrada do tecido no mercado, será possível fazer isso. Somente na fábrica são 2,5 mil pessoas”, afirma.

Por causa desses valores, a produção do tecido conseguiu na semana passada o apoio da Lei Rouanet, iniciativa histórica neste setor, de acordo com Vogt. Outro projeto para o ano que vem é a realização de uma exposição itinerante por todas as capitais brasileiras, mostrando as tendências, desfiles e coleções a partir do Ecovogt.

Para o estilista, o preço do tecido será muito acessível, apesar de todo o valor agregado. “Poderíamos cobrar o que quiséssemos pelo fato de ser 100% ecológico, mas o Ecovogt é extremamente barato e muito competitivo. Não queremos que seja utilizado apenas pela elite”, considera. O metro do tecido custará entre R$ 12 e R$ 18.

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