O zumbido, ou barulho nos ouvidos, é um sintoma que afeta cerca de 28 milhões de brasileiros. Essa percepção do som, quando não há nenhum ruído presente, pode trazer muitos transtornos para quem tem o problema, como dificuldades de concentração, no sono e no convívio social. Além disso, o zumbido pode ser o alerta para outras alterações no organismo. Um grupo de apoio foi formado para ajudar os portadores e familiares de quem tem zumbido.
O Grupo de Apoio a Pessoas com Zumbido (Gapz), ligado à Fundação Ortorrinolaringologia, surgiu em 1999, em São Paulo, e hoje possui regionais em Curitiba, Campinas, Brasília e Salvador. O trabalho da entidade é feito gratuitamente por um grupo de profissionais liderados por um ortorrinolaringologista. A professora do curso de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e coordenadora do Gapz, Tanit Ganz Sanchez conta que o zumbido não faz parte das disciplinas estudadas nos cursos de medicina, por isso, muitos profissionais têm dificuldades de indicar o melhor tratamento. ?Fui buscar informações no exterior por achar que o problema é grave e afeta um grande número de pessoas?, disse.
Além do tratamento, o Gapz também realiza encontros mensais, voltados para os portadores e familiares, para que conheçam mais sobre o zumbido. De acordo com Tanit, a falta de conhecimento leva, muitas vezes, o profissional a diagnosticar o zumbido como algo incurável. ?Se não bastasse o incômodo, a pessoa recebe a sentença de ter que conviver com isso. Mas, na realidade, na grande maioria dos casos existe cura?, ponderou. A professora explicou que o zumbido não é uma doença e sim um sintoma, que pode ser o indicativo de problemas na tireóide, neurológicos, no sistema digestivo, dentário ou emocional.
As causas do zumbido também são diversas e podem estar ligadas à circulação sangüínea, idade, excesso de cera no ouvido, infecções ou perfuração no tímpano. O problema também pode ser gerado por fatores externos, como ruídos que afetam o aparelho auditivo – muito comum em indústrias -, e do manuseio de produtos químicos. O consumo de produtos como cafeína, açúcar e vinho tinto também pode agravar o zumbido. ?Por isso é importante identificar as causas e iniciar um tratamento, que deve ser individualizado e, às vezes, envolver vários profissionais?, afirmou Tanit.
Em Curitiba, o Gapz funciona no Hospital de Clínicas, da Universidade Federal do Paraná. A próxima palestra do grupo será dia 7 de julho, onde será discutido o tema ?Relações entre zumbido e intolerância a sons?, no anfiteatro do HC – rua General Carneiro, 181, 5.º andar, anexo B. Outras informações podem ser obtidas pelo telefone (41) 3225-1665 ou pelo e-mail ritamendescwb@hotmail.com .