Volta ao passado em Fazenda Rio Grande

Ver uma máquina a vapor funcionando ainda emociona o empresário Paulo Carniel, de Fazenda Rio Grande. A paixão por estas máquinas começou ainda pequeno, quando observava o trabalho do avô e do pai em madeireiras, onde os equipamentos eram usados para fazer as lâminas de madeira. E há cerca de três anos ele começou a investir na compra de máquinas a vapor do final do século XIX e início do XX. São três máquinas instaladas no local de trabalho de Carniel, nas margens da BR-116.

O espaço foi, sem querer, transformado no museu a céu aberto. E a ideia dele é realmente formar o local de visitação para admirar o que Carniel considera a maior invenção do homem. “As máquinas a vapor eram usadas nas indústrias, moinhos, fábricas e no setor madeireiro no Sul do Brasil. Nas madeireiras, as polias movimentavam as serras e esse ‘vai e vem’ fazia o corte na madeira”, conta o empresário.

Carniel mostra com orgulho cada uma das três máquinas a vapor que tem. Duas inglesas e uma alemã, que funcionam perfeitamente. A que mais chama atenção é um equipamento Marshall, de 1865, montada sobre grandes rodas de ferro. “A máquina de ferro era puxada por tração animal até o destino”, revela.

Inédito

Ver uma máquina desta funcionando é algo inédito para a maioria da população e remete aos ensinamentos do tempo de escola sobre o período da Revolução Industrial na Inglaterra. “É emocionante, não?”, questiona Carniel com sorriso no rosto. A Marshall tem nove toneladas e gera força de 73 cavalos.

Relíquia veio do Uruguai

Paulo Carniel ainda tem a máquina a vapor da marca Garrett, de 1906, que consegue alcançar a força de 180 cavalos. É uma máquina mais encorpada, de 38 toneladas, com peças originais. E a última delas é a alemã Wolf, de 1911, com 84 toneladas e capaz de gerar 600 cavalos de força. “Hoje em dia é inviável a fabricação de uma máquina desta pelo custo. Mas algumas indústrias estão equipando novamente e usando combustíveis alternativos, como a casca do arroz“, explica o empresário.

Além das máquinas a vapor, Carniel tem paixão por outro tipo de máquina. A última aquisição foi o automóvel Ford 1927, com a direção no lado direito. O empresário encontrou a relíquia no Uruguai e está restaurando o carro aos poucos. “O motor é original e já foi recuperado. Mas este é um projeto mais para longo prazo”, comenta.

Anderson Tozato
Outra paixão é o Ford 1927 com direção no lado direito.
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