Vigilantes entram no quarto dia de paralisação

Pela segunda vez, não houve acordo entre os vigilantes de carros-fortes de bancos e os empregadores e a greve no Paraná entra hoje no seu quarto dia. Ontem, mais uma audiência de conciliação foi realizada no Tribunal Regional do Trabalho (TRT-PR) mas, como não houve consenso, agora o processo vai a julgamento.

Nessa fase, ambas as partes devem apresentar seus argumentos, o que pode levar dias. Ficou acordado na audiência que duas das quatro empresas de vigilância voltariam ao trabalho ontem mesmo para evitar que falte dinheiro nos bancos.

O principal ponto que fez com que não houvesse acordo foi o reajuste salarial. Os trabalhadores pedem 10% de ganho real, mas os empregadores só oferecem 1%, mais o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).

No entanto, como o valor do INPC ainda não foi fechado, então não há como saber em quanto chegaria a oferta dos empresários. Estimando que o INPC feche em 4%, o reajuste ficaria, então, em 5%.

Porém, é possível que fique um pouco a mais ou um pouco menos que quatro, segundo cálculos do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Já os 10%, como explicam os trabalhadores, seria o teto de negociação.

Dois pontos foram acordados: o valor do vale alimentação, que foi fechado em R$ 15 (os vigilantes queriam R$ 16); e o tempo para a compensação das horas extras (diminuiu de 90 para 60 dias).

O piso dos funcionários da tesouraria também foi motivo de discordância, assim como o pagamento dos dias parados. Os empresários oferecem R$ 680, passando para R$ 700 daqui seis meses, mas os trabalhadores querem R$ 800.

As empresas que continuam em greve são a Profort e a Transbank. A Brink’s e a Prosegur deveriam voltar ao trabalho ontem. Em todo o Paraná são cerca de 2,5 mil vigilantes que trabalham no abastecimento de caixas-eletrônicos. As duas empresas que voltam à ativa representam perto de 40% deles.

A reportagem de O Estado procurou o presidente do Sindicato dos Vigilantes de Curitiba e Região, João Soares, mas não obteve retorno. Também foi procurado o presidente do Sindicato das Empresas de Vigilância e Transporte de Valores, Gerson Pires, mas ele não foi encontrado.