Valfrido Pilotto, 100 anos de vida e de muitas obras

O escritor paranaense Valfrido Pilotto completará amanhã 100 anos de idade, tendo publicado mais de cinqüenta livros, sendo dois de poemas e grande parte dos demais sobre estudos históricos e sociais. No sábado, será homenageado pela Academia Paranaense de Letras, da qual ocupa a primeira cadeira, desde a sua fundação, em 1936.

Hoje, o escritor mora em Matinhos, litoral do Estado. Pensa em publicar as obras que acabaram ficando na gaveta. A publicação de um livreto, falando sobre sua vida, também faz parte das homenagens ao escritor.

Valfrido começou a publicar seus primeiros artigos na década de 20 em vários jornais de Curitiba. “Eram sempre assuntos políticos”, lembra. Naquela época também escreveu vários poemas, sendo influenciado pela Semana de Arte Moderna. As obras eram publicados no jornal Diário da Tarde. Eram consideradas como rebelionárias. Em 1948, editou seu primeiro livro só de poemas, Rua de Pedra e, em de 1960, o segundo, Excelsitude.

Mas, apesar do gosto pela poesia, Valfrido se debruçava mesmo era sobre fatos e personalidades históricas do Estado. Sua primeira obra foi publicada em 1935, Humilde. Entre outros livros, escreveu em 1953 sobre Rocha Pombo e em 1961, Reforma Agrária -Uma Etapa da Justiça Social. Tal era a sua dedicação à pesquisa que em 1969, O Estado publicava a opinião de Júlio Farhat, na época secretário do Interior e da Justiça do Paraná, sobre suas obras: “Conhecedor profundo da nossa história, pesquisador infatigável, com imensa bibliografia vasculhada com a agudeza de um Sherlock, recorre por seus próprios meios aos mais recônditos alfarrábios e arquivos de velhos museus, à cata de documentos e provas”.

Mas além da vida literária ativa, o escritor tinha outras ocupações. Em 1932 se formou em Direito e em 1934 foi nomeado, no governo de Manoel Ribas, delegado de Polícia de Costumes e ocupou diversos cargos na área da segurança pública.

Às vésperas de completar um centenário de vida, Valfrido não se deixa cansar e pretende publicar as obras que ficaram na gaveta. “No total, a minha bibliografia vai chegar a cem obras”, disse. No entanto, ainda não existe prazo definido para o próximo volume. Por enquanto, vai levando uma vida tranqüila, no litoral, ao lado da filha Maria Lúcia Rodrigues e de amigos.

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