Vale-transporte metálico será aceito somente até setembro

Depois de um ano e meio sendo utilizado apenas por idosos, deficientes e estudantes, o cartão-transporte vai servir a todos os usuários da Rede Integrada de Transporte (RIT) de Curitiba e Região Metropolitana. O anúncio foi feito ontem, pela presidente da Urbanização de Curitiba (Urbs) ? empresa que, ao lado da Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec), gerencia o transporte coletivo na Grande Curitiba ?, Yára Eisenbach. Já a partir de amanhã passam a valer as regras da fase transitória do projeto.

As fichas metálicas de vale-transporte não serão extintas de uma vez. Até o dia 17 de setembro os ônibus aceitarão os vales metálicos e vales de papel, confeccionados para a transição. Após essa data, valerão apenas os de papel. Ao mesmo tempo, a Urbs vai convocar as empresas para cadastrar seus funcionários para o uso do cartão. Hoje, 80% dos vales são comprados por empresas. Os que compram individualmente poderão se informar sobre o cartão nos telefones (41) 320-3343 e (41) 320-3356. O cartão é gratuito tanto para pessoas físicas como jurídicas. Eles serão personalizados, trazendo nome e número do Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) do proprietário.

Yára explicou que atualmente o sistema de cartão já atende cerca de 150 mil usuários. A expectativa é que mais 300 mil passem a utilizar o cartão-transporte. “O vale é para transporte, por isso não vamos aceitar especulação com eles. Com o cartão isso acaba. No fim do primeiro mês, quem tiver vale transporte de metal na mão vai ficar com o mico”, disse Yára.

Recarga

O sistema de recarga dos cartões segue o modelo da recarga dos telefones celulares pré-pagos. O usuário deve procurar os pontos de venda de créditos da Urbs, bancos ou pela internet. Em seguida, em uma das duzentas máquinas da Urbs ou em mais setenta totens que serão instalados, ele precisa apenas passar o cartão e carregar os créditos. O momento da recarga não precisa ser no mesmo dia da compra de créditos. Nos terminais de ônibus, ao lado das catracas, serão instalados aparelhos chamados saldimetros. Passando o cartão por ele, o usuário saberá quantas passagens ainda tem.

Outro ponto destacado é a segurança, segundo Yára, em média vinte assaltos acontecem nos ônibus e tubos curitibanos por mês. O presidente do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc), Denílson Pires, disse que o cartão vai acabar com os crimes em ônibus, pois o ladrão perderá um dos atrativos, que são os vales. “O maldito vale-transporte era usado para comprar droga, bebida, por isso chamava o ladrão”, contou, destacando sua preocupação com os mais de 4 mil assaltos em ônibus no ano passado.

Falta licitação, diz vereador

O vereador Adenival Gomes (PT) está denunciando o fato de a Urbs não ter feito licitação para contratar o Instituto Curitiba de Informática (ICI) para implantar o cartão-transporte. Segundo ele, o ICI terceirizou seus serviços para fugir da licitação. “Não licitar já é praxe no sistema de transporte coletivo de Curitiba. Assim foi com as empresas que fazem parte da Rede Integrada de Transporte (RIT) e agora está sendo com o cartão”, disse. Gomes falou que o problema só será resolvido com a atuação do Ministério Público.

No início de seu mandato, o governador Roberto Requião (PMDB) cancelou todos os contratos que o Estado tinha com o ICI.

Segundo a assessoria de imprensa da Urbs, o ICI cedeu apenas a tecnologia dos cartões. Os cartões estão sendo confeccionados pela Schlumberguer, com chips da Phillips e impressão da própria Urbs. No processo não houve licitação pois quem contratou o serviços foram as 22 empresas de ônibus que fazem parte do sistema. A Urbs apenas supervisionou. (LM)

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