Transporte coletivo

Usuários de ônibus em Curitiba reclamam de atraso e lotação

Paciência e planejamento são duas qualidades que fazem parte dos usuários do transporte coletivo em Curitiba. Dependendo do dia da semana, do horário e da linha, o tempo de espera por um ônibus abarrotado de passageiros pode ultrapassar uma hora do previsto na programação da Urbanização de Curitiba (Urbs). Quem se desloca de ônibus diariamente fala com propriedade da rotina de atrasos e, dentre os dias úteis, elege a sexta-feira, após as 17h, o pior período para depender desse meio de transporte.

“A demora é certa. Vinte minutos além do horário programado nem entra mais na conta dos atrasos. O normal é demorar de 50 minutos a uma hora”, atesta um motorista de ônibus da linha Inter 2, que não quis ser identificado. A lentidão do tráfego é o principal motivo para tanta demora. Para quem fica esperando, a sensação é que faltam ônibus e organização.

“Não é raro ficar mais de meia hora aguardando e, quando o veículo chega, não consigo entrar porque já vem lotado”, explica o office boy Pedro Sartori. Normalmente, ele embarca no Inter 2 no tubo Praça das Mercês, localizado na Praça Frei Ricardo.

“Antes era só na Avenida Sete de Setembro que os passageiros precisavam deixar partir o ônibus por excesso de lotação, agora aqui também está assim”, compara. “Na sexta-feira, eu saio bem antes de casa para não atrasar”, acrescenta o outro usuário da linha, o estudante Juan Carlos Ramos do Nascimento.

Ainda no mesmo ponto, a linha Bairro Alto/Santa Felicidade também é alvo de grande insatisfação. E não é raro os ônibus demorarem até 50 minutos, para depois chegarem enfileirados.

Seguindo para o terminal do Campina do Siqueira, outras linhas, outros passageiros e a mesma reclamação. “Pouco ônibus. Só de manhã que aparecem em uma quantidade adequada”, constata o analista de sistemas Rafael Bianchi, que usa a linha Curitiba/Campo Largo. Ele também conta que se programa em determinados dias e horários, como quinta e sexta-feira, para evitar atrasos.

Mudando de local de embarque, no Terminal do Cabral, a situação se repete com o ligeirinho Tamandaré/Cabral. “Falta ônibus, pois está toda vida lotado, seja pela parte da manhã, tarde, ou noite”, reclama o mestre-de-obra José Maria de Jesus.

Alterações

A Urbs admite a ocorrência dessas situações. Segundo a empresa, somente em 2011, foram realizadas mais de 500 intervenções nos horários e nas rotas visando, principalmente, driblar o aumento do número de veículos pelas ruas. Pelo monitoramento em tempo real das linhas, a Urbs explicou que todas as linhas citadas pelos usuários estão recebendo melhorias

O Inter 2, que enfrenta um severo afogamento no final da Rua Padre Agostinho, deve conquistar mais agilidade assim que for concluída uma obra que irá permitir à linha entrar, na altura da Rua Francisco Rocha, na canaleta da Rua Padre Anchieta, desviando de parte do trânsito. Quanto à linha Curitiba/Campo Largo, a Urbs conta que há uma semana foi seccionada parte do trajeto e que houve um aumento no número de viagens realizadas.

De acordo com a assessoria da Urbs, tais alterações ainda estão em testes para a verificação da eficiência dessas medidas. Quanto à linha Tamandaré/Cabral, a Urbs esclarece que, por conta de obras na extensão da Avenida Anita Garibaldi, já na Rua Francisco Krüger, a rota está sendo desviada pela Rodovia dos Minérios, o que pode estar deixando o fluxo mais lento.

Por fim, em relação à linha Bairro Alto/Santa Felicidade, a Urbs admite que está avaliando alternativas para ampliar a quantidade de viagens realizadas pela linha e aumentar a agilidade. Segundo a empresa, quando ela se refere ao aumento nas viagens, ao invés de carros, é porque em muitos casos o problema não está na falta de ônibus e, sim, em trechos de tráfego comprometido. Por esta razão que praticamente todas as obras de trânsito da cidade têm como um dos motivos melhorar o fluxo de determinadas linhas de transporte coletivo.