Unioeste pede que MP e PF investiguem fraude

A direção da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) terá um encontro hoje com o Ministério Público e a Polícia Federal, para pedir que investiguem uma possível fraude no vestibular da instituição. As suspeitas foram levantadas depois que foi verificado, na lista de aprovados do curso de Medicina, o nome de uma estudante que participava de uma quadrilha especializada em fraudar vestibulares. A direção da universidade vai esperar a conclusão da investigação para decidir que medida será tomada em relação ao concurso. Em princípio, a idéia é desclassificar apenas os alunos envolvidos no possível esquema.

Cerca de 15 mil candidatos participaram do vestibular que ocorreu no início de janeiro. O curso de Medicina é um dos mais concorridos, registrando 36 candidatos por vaga. O diretor de concursos da instituição, Robinson Contiero, conta que um aluno enviou um e-mail levantando a suspeita. Segundo ele, a estudante que obteve o segundo lugar em Medicina, Iona Rusei Dutra, estaria presa por fraudar o vestibular da Universidade Estadual do Piauí, em Terezina.

Em 2002, ela chegou a ser detida pela Polícia Federal, acusada de participar de uma quadrilha que teria fraudado o vestibular na Universidade Federal do Acre (UFAC). Como é superdotada, fazia as provas rapidamente e saía com o gabarito. Depois, entregava as respostas para os outros integrantes do grupo, que se encarregavam de passar os resultados para os vestibulandos. Na época, disse ter ganhado até um automóvel para participar do esquema.

A direção da universidade decidiu acionar o Ministério Público e a Polícia Federal para atuarem no caso. Hoje, eles devem entregar toda a documentação disponível sobre a aluna, inclusive impressões digitais. Robinson não fala em anular o concurso. A idéia é achar os alunos que teriam se beneficiado do possível esquema e desclassificá-los.

Em 1999, ocorreu um caso parecido. Um funcionário da gráfica que imprimia as provas do vestibular vendeu cópias para estudantes. Mas o esquema foi descoberto antes do concurso. Ele foi demitido e foram impressas novas provas. Hoje, a Unioeste conta com 35 cursos de graduação e em 2004 estavam matriculados cerca de 10 mil alunos.

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