UFPR inicia ano letivo com solenidade

Cerca de 23 mil estudantes de graduação – veteranos, calouros e cotistas raciais e sociais – voltaram ontem às salas de aula, no primeiro dia letivo de 2005 da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Durante toda esta semana, eles terão à disposição uma programação especial, que inclui palestras, visitas a laboratórios e a unidades de pesquisa.

No início da manhã de ontem, muitos alunos participaram de uma solenidade de abertura do ano letivo, que contou com a participação do reitor da UFPR, Carlos Augusto Moreira Júnior, no auditório do Setor de Ciências da Saúde, no campus Jardim Botânico, em Curitiba. Na ocasião, o reitor falou sobre a decisão da universidade de, pela primeira vez, disponibilizar cotas para afrodescendentes e estudantes egressos de escolas públicas.

Apesar de protestos e de imbróglios judiciais no decorrer da implantação do sistema de cotas no final do ano passado, no total, o projeto de políticas alternativas permitiu o acesso de 1.297 estudantes à UFPR pelo sistema de cotas. Moreira Júnior espera que não haja discriminação dos cotistas dentro da instituição e conta que vem trabalhando fortemente com essa finalidade, para que não apareçam novos problemas. "Tudo é uma questão de responsabilidade. Nas aulas inaugurais, vamos estar falando da responsabilidade dos estudantes com seus colegas", afirmou.

No decorrer deste ano, com o objetivo de proporcionar melhores condições de ensino e pesquisa aos alunos, devem ser realizadas obras de ampliação de laboratórios de informática, compra de livros para a biblioteca e a inauguração do auditório do Setor de Ciências Sociais Aplicadas, também localizado no campus Jardim Botânico. "Até o final do primeiro semestre, deve acontecer a inauguração de uma unidade da universidade em Matinhos, no litoral do Estado. O acontecimento irá contar com a presença do presidente da República (Luiz Inácio Lula da Silva), e de outras representações políticas de destaque na educação nacional", contou o reitor.

Estudantes

"Embora ainda não tenhamos conhecido os laboratórios, esperamos que, como ouvimos falar no cursinho, a faculdade seja boa e o ensino de qualidade. Nossas expectativas são bastante positivas", diz o estudante do primeiro ano do curso de Odontologia, Mário Hara, de 17 anos. Como ele, outros calouros estavam ansiosos para conhecer a infra-estrutura da universidade, entre eles os que entraram pelo sistema de cotas.

O jovem Lucas Bruno Balbino, de 18 anos, foi aprovado no curso de Ciências Econômicas pelo sistema de cotas raciais. Ele elogiou a decisão da UFPR de adotar o sistema, mas disse acreditar que, apesar de todo esforço da instituição, ainda vai encontrar discriminação. "A discriminação contra o negro está presente na sociedade em que vivemos. Por isso, acredito que conseqüentemente também vá estar presente dentro da universidade. Estou psicologicamente preparado para isto", declarou. 

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