A Universidade Federal do Paraná (UFPR), através da Funpar, e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, regional Paraná (Incra-PR) firmaram ontem convênio que legitima o curso técnico em agropecuária com ênfase em agroecologia, ministrado a assentados e acampados da região de Maringá e Cantagalo. O curso terá a duração de 1.800 horas e funcionará em sistema de internato.
“O convênio firmado hoje (ontem) nada mais é do que a legitimação da parceria que já vem acontecendo na prática”, esclareceu o reitor da UFPR, Carlos Augusto Moreira Júnior. Desde julho último, cerca de cem acampados e assentados estão tendo a oportunidade de aprender técnicas para plantio, criação de animais, manejo ecológico, entre outras, como as relacionadas à saúde. “A idéia é que os assentados do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) tenham informações técnicas de como produzir, para que se tornem auto-sustentáveis”, explicou. Segundo ele, cada aluno que voltar para a comunidade, depois de encerrado e curso, terá que passar o que aprendeu para outras 60 pessoas.
“Eles serão multiplicadores dentro dos assentamentos”, explicou o superintendente do Incra-PR, Celso Lisboa de Lacerda. Durante o curso, os assentados – ou filhos de assentados – terão a oportunidade de aprender técnicas aprofundadas de cultivo de diferentes lavouras e criação de animais – bovinocultura, suinocultura, avicultura, entre outras -, sempre aliado à preservação ambiental.
No convênio firmado ontem, o Incra-PR se comprometeu a repassar R$ 493 mil, que serão aplicados em despesas com material pedagógico, alimentação, entre outros. A contrapartida da UFPR é de 20% do valor acima (cerca de R$ 98,6 mil). Os assentados não terão custo algum, informou o reitor. Ao final do curso, os alunos recebem o diploma da Escola Técnica da UFPR.