Tuiuti divulga lista de aprovados

O resultado do vestibular de inverno da Universidade Tuiuti do Paraná (UTP) foi divulgado ontem. Cerca de 2.300 candidatos disputaram 1.600 vagas, distribuídas em 22 cursos. A lista pode ser conferida no site www.utp.br. As matrículas começam na segunda-feira (23) e vão até quarta-feira (25) das 9h às 21h no campus de cada curso. As listas de chamadas posteriores serão divulgadas a partir do dia 26.

Os irmãos angolanos há dois meses no Brasil não escondiam a alegria por ter passado em seu primeiro vestibular. “Vim para o Brasil porque o curso de Marketing aqui é bem conceituado”, diz Hélio Aragão, de 20 anos. O irmão, Gedi Aragão, 22, passou em administração e para ele as provas estavam equilibradas. “Mas foi difícil competir de igual para igual com os brasileiros, estudamos apenas dois meses”, diz. Depois de formados eles pretendem voltar ao seu país. Aqui vão ficar na casa de seu pai.

Fernanda Durski Teixeira, 17, caloura de Farmácia e Bioquímica, dançava praticamente sozinha em frente o palco de som. Mas, para ela, aquela era a melhor festa da qual já havia participado. “A sensação é maravilhosa. Passar era tudo o que eu queria. O banho de lama é muito bom”, diz.

Além do vestibular tradicional, também foram realizadas no último domingo as provas para os chamados cursos seqüenciais, que tem curta duração.

UFPR debate as cotas para os negros

O Conselho Universitário, formado por professores, funcionários, representantes estudantis, pró-reitores e diretores de setor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), se reuniu na manhã de ontem, na Reitoria, em Curitiba, para discutir a adoção de cotas para negros nos vestibulares da instituição. O assunto ainda gera muita polêmica. Enquanto alguns acreditam que privilegiará estudantes incompetentes, outros defendem que a medida vai acabar com o elitismo e contribuir na universidade.

A procuradora federal da UFPR, Dora Lúcia de Lima Bertúlio, afirma que a administração da universidade está interessada em abrir e democratizar cada vez mais o acesso ao ensino superior. Apenas após outras discussões se poderá definir o percentual das cotas a serem adotadas pela instituição.

Para ela, as cotas devem ser adotadas o quanto antes, de preferência no próximo vestibular. “Contrários à adoção das cotas questionam a competência dos alunos que serão beneficiados. Pergunto: são as pessoas mais competentes que hoje se encontram dentro das universidades? Sabemos que muita gente fica de fora não por incompetência, mas por falta de vagas.”

Da reunião participo também o professor de antropologia da Universidade de Brasília (UnB), José Jorge de Carvalho. A UnB adotou o sistema no ano passado e desde então os negros têm direito à 20% das vagas em todos os cursos. “Muitos dizem que deveriam existir também cotas para pessoas de baixa renda, porém, estudos do IBGE e do IPEA demonstram que a maior parte da população de baixa renda no País é negra. Assim, se colocamos cotas para negros, garantimos que os pobres também estejam dentro das universidades.”

Além da UNB, possuem cotas para negros a Universidade Estadual do Rio (Uerj) e a Universidade do Estado da Bahia (Ueba).

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