Trinta e oito pessoas retiradas do lixão de Maringá

O processo de reintegração de posse do lixão de Maringá, que aconteceu na última sexta-feira, ocorreu de maneira tranqüila. As 38 pessoas que lá estavam concordaram em sair pacificamente do local.

Na reintegração de posse, acompanharam seis policiais militares e o oficial de Justiça que as cientificou da impossibilidade judicial de permanecerem no local. Para deixar o lixão, elas exigiram apenas que o município garantisse a elas o direito de levar consigo os recicláveis que haviam coletado durante a semana. De acordo com o secretário do Meio Ambiente e Agricultura, José Croce Filho, a Prefeitura acatou o pedido e, inclusive, ofertou caminhões para a retirada, uma vez que os compradores estão impedidos de entrar no local. A Secretaria dos Serviços Públicos, sob orientação do secretário Diniz Afonso, e do engenheiro Guilherme Furlaneto, realizou toda a operação com as caçambas da secretaria. O secretário dos Transportes, Valdir Pignata, também apoiou a operação destacando equipes para conter a entrada de veículos no local para que o trabalho fosse realizado com segurança.

Uma das primeiras a sair do local foi Célia Apion, que vive de ?garimpar? o lixão há dois anos: ?Entendi que a Justiça não vai deixar a gente ficar aqui, então vou sair por bem. Estou mesmo cansada de trabalhar no lixão das cinco da manhã até a meia-noite. Se me aceitarem em alguma cooperativa, eu vou para lá?.

As cooperativas de Maringá já estão com vagas disponíveis. Na Coopernorte são seis vagas, outras seis na Coopermaringá e até 100 na Cooperativa Palmeira, um número significativamente maior do que o necessário para abrigar todos os coletores.

Seguindo o exemplo de Célia, os coletores foram reunindo seus produtos e, aos poucos, deixando o local. Durante todo o dia duas servidoras da Secretaria de Ação Social e Cidadania, orientadas pela secretária Sandra Franchini, permaneceram cadastrando as pessoas para serem encaminhadas para as cooperativas. O prefeito de Paiçandu, Moacir de Oliveira, também esteve no local pela manhã e afirmou que a partir da saída dos coletores do lixão irá ?poder colaborar com a Prefeitura de Maringá e dar apoio social às pessoas que são de Paiçandu e vêm trabalhar no lixão?. O prefeito marcou com os coletores uma reunião para a próxima terça-feira, em Paiçandu, para que juntos busquem uma solução viável.

A reintegração de posse foi dada à Prefeitura de Maringá pelo juiz da 2.ª Vara Cível, Airton Vargas da Silva. O pedido de reintegração de posse foi protocolado no Fórum no dia 28 de julho, quando foi realizada uma reunião para tentar resolver o problema da presença de pessoas no lixão. Apesar de o local ter sido cercado, os catadores encontravam outros meios de entrar no lixão e se recusavam a deixar o local.

Os coletores haviam sido retirados do lixão em junho, quando a Prefeitura contratou, em caráter emergencial, uma empresa para adequar o local e transformá-lo em aterro controlado, conforme determina o Termo de Ajustamento de Conduta firmado com o Instituto Ambiental do Paraná. Na ocasião, foram retiradas do lixão 116 pessoas. Em oito dias, porém, a Justiça determinou que o trabalho no lixão fosse interrompido. (Prefeitura de Maringá)

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